Fintech opera em mercado que movimentou R$ 160bi em 2020

Seja por insistência do banco, cultura ou vontade de apostar, muitos brasileiros são adeptos aos consórcios. Muitos mesmo: o mercado movimentou R$ 160 bilhões em 2020, um crescimento de 20% comparado a 2019, e, em 2021, cresceu 60% no primeiro quadrimestre. O grande problema? A maioria dos consórcios não prevê uma maneira de desistir – ou vender – as cotas de um consórcio. Pior: em caso de inadimplência, a cota pode ser excluída (varia de 3 a 5 parcelas atrasadas), isso significa que todo o valor pago não pode ser recuperado.

 

Liquidez

A facilidade de vender um ativo financeiro é conhecida como liquidez. No caso dos consórcios, a liquidez é praticamente nula: pouquíssimas administradoras permitem desistência na operação, que dirá receber o valor – ao menos parte – do que foi pago até ali. Ainda mais raro é ter qualquer retorno do valor após ficar inadimplente e ter a cota inativada.

A Maná identificou o problema como oportunidade e passou a oferecer uma solução de liquidez para consórcios. O objetivo da fintech é gerar liquidez para pessoas e empresas que desistiram de seus consórcios, com foco em substituir a desistência por algo de real valor para essas pessoas ou empresas.

Criar um mercado secundário não foi algo fácil: a Maná conquistou parcerias com as grandes administradoras – a maioria bancos tradicionais – para prover o serviço. Com isso, Caixa Consórcios, BB Consórcios, Santander, Tradição e Banrisul passaram a ser parceiras, proporcionando as conexões necessárias para tornar o objetivo em realidade – além de dar credibilidade ao modelo.

 

Mercado

O mercado de consórcios foi regulado há pouco tempo, em 2008. Os grandes bancos tradicionais dominam o setor e são os maiores players do segmento. O crescimento do mercado também não dá sinais de desaceleração, com R$ 163 bilhões em créditos comercializados e mais de 3 milhões de cotas negociadas apenas em 2020.

O modelo caiu no gosto do brasileiro: segundo dados da ABAC (Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios), há cerca de 15 milhões de cotas de consórcio em estoque, 7,8 milhões ativas e 7,5 milhões excluídas (canceladas, por meses consecutivos de inadimplência). Com quase metade do estoque de cotas excluídas no Brasil, há uma oportunidade em solucionar o problema dos quase R$ 300 bilhões em recursos parados.

 

Como funciona?

A solução da Maná atua diretamente para resolver o problema dos recursos presos em cotas excluídas, apesar de também possibilitar liquidez para quem ainda está com a cota ativa, mas deseja parar de fazer os pagamentos – sem perder tudo que já foi pago. Portanto, é uma solução completa de consórcio, do início ao fim.

Unindo tecnologia e um time com expertise em finanças, as cotas são precificadas, uma proposta é feita ao cedente e ocorre a compra. Se necessário, ainda é realizada uma negociação, com todos os detalhes e informações discutidos de forma transparente.

Com a solução da Maná, as burocracias são mitigadas – através de assinaturas eletrônicas e transferências 100% digitais -, o que reduz o prazo de cessão de 60 dias para menos de um dia. Hoje, o modelo funciona no formato de um marketplace, onde ocorrem as compras e vendas de cotas de consórcio, possibilitando um ambiente online que conecta vendedores e compradores – fruto da aprovação pelo Laboratório de Inovação, Finanças e Tecnologia do Banco Central.

 

Por que importa?

A popularidade dos consórcios aliada à falta de liquidez representa um enorme mercado a ser explorado, os dados mostram que o interesse em consórcios é crescente e que a parcela de cotas inativadas é expressiva. Seguindo a tendência de hiperespecialização das fintechs, a Maná encontrou um nicho pouco explorado do mercado financeiro e desenvolveu solução ágil para resolver os gargalos do modelo.

Para possibilitar que a Maná realizasse as compras das cotas, a startup assinou parceria com a Riza Asset em 2020, criando um FIDC (Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios) de R$ 50 milhões. Com o objetivo de se tornar a B3 dos consórcios, a startup já ganhou diversos prêmios e reconhecimentos – selo do Cubo Itaú, selo ILMPACT, finalista no Open Finance Awards e faz parte do LIFT Lab.

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