Por Flávia Pinheiros
“O conhecimento só faz sentido quando se transforma em consciência coletiva.”
A cada palestra, a cada oficina, a cada grupo de mentoria, algo se confirma: o mercado imobiliário está pronto para amadurecer.
E não falo de amadurecimento técnico — esse já aconteceu.
Falo de maturidade humana. De profissionais que entendem que patrimônio é gente, não apenas números.
Quando compartilho ferramentas práticas para gestão de conflitos e patrimônio — a Roda do Imóvel, as cinco chaves do profissional consciente, como a escuta ativa muda resultados — percebo algo interessante.
O que mais marca não é o que digo. É o que ouço.
Em conversas nos intervalos, em perguntas ao final, vejo profissionais inquietos. Gente buscando maneiras reais de unir técnica e sensibilidade, de fazer diferente sem abandonar o resultado.
Um corretor me disse: “Eu sempre achei que empatia era frescura. Hoje entendi que é estratégia.”
Uma gestora confessou: “Passei anos focada só em números. Perdi clientes que achava que eram difíceis. Na verdade, eu não estava escutando.”
Essas conversas me mostram algo essencial: há sede por esse novo olhar. O mercado quer evoluir — só não sabia, até agora, por onde começar.
Trabalhamos com patrimônios milionários, contratos complexos, legislação em constante mudança. E tudo isso exige preparo técnico sério — não há atalho.
Mas sabe quando a técnica não resolve?
Quando dois irmãos herdam um imóvel e cada um quer uma coisa diferente.
Quando uma viúva precisa decidir sobre a casa onde viveu 40 anos.
Quando sócios brigam pela sede da empresa.
Nesses momentos, conhecer o Código Civil não adianta. Dominar cálculos de valorização não resolve. Ter o melhor software de gestão não muda nada.
O que resolve é conseguir sentar, escutar de verdade, compreender as camadas emocionais por trás das posições, e facilitar um diálogo que permita acordos reais.
E isso não se aprende em curso técnico. Aprende-se desenvolvendo consciência, presença, propósito.
Mais do que falar sobre mediação, sinto um chamado coletivo pela consciência profissional.
Pela responsabilidade que temos ao orientar famílias sobre decisões que ultrapassam o campo jurídico e tocam o emocional. Pela compreensão de que nossas palavras e ações impactam não apenas negócios, mas relações que continuam depois que assinamos o último papel.
Quando você orienta uma mãe sobre dividir os imóveis entre os filhos, não está apenas fazendo planejamento sucessório. Está influenciando dinâmicas familiares que vão se desenrolar por décadas.
Quando medeia uma negociação entre herdeiros, não está apenas dividindo patrimônio. Está ajudando a preservar — ou destruir — laços fraternos que existem desde a infância.
Essa consciência muda tudo. A forma como você escuta. As perguntas que faz. As soluções que propõe.
Vivemos numa cultura de resultados rápidos. Fecha logo, vende rápido, resolve já.
Mas patrimônios familiares não funcionam assim. Conflitos de décadas não se resolvem em uma reunião. Decisões que vão impactar gerações não podem ser apressadas.
É tempo de resgatar o valor do processo. De entender que, às vezes, a melhor solução não é a mais rápida — é a que respeita o tempo das pessoas envolvidas.
Em muitas situações, escutar mais e propor menos faz toda a diferença. Porque quando a decisão vem da pessoa, no tempo dela, com segurança e autonomia, o processo flui naturalmente.
Pode demorar mais, mas vale a pena — o resultado é sólido porque foi respeitoso.
Já temos teoria suficiente. Já sabemos o que fazer tecnicamente.
O que falta é integrar isso com presença humana real.
O mercado precisa de profissionais inteiros — que saibam ler uma matrícula e interpretar um silêncio. Que dominem contratos e compreendam dinâmicas familiares. Que calculem valores de mercado e reconheçam valor sentimental.
Não é escolher entre ser técnico ou ser humano. É ser ambos, com excelência.
É esse o caminho que escolhi trilhar: construir pontes.
Entre o jurídico e o humano.
Entre o patrimônio e o legado.
Entre a escuta e a solução.
Entre o que é e o que pode ser.
Porque quando o diálogo entra em cena, o conflito perde força.
E o valor — em todos os sentidos — se preserva.
Se chegou até aqui, provavelmente algo ressoou.
Talvez você também sinta que há mais a fazer. Que o mercado pode ser melhor. Que seu trabalho pode ter mais propósito e mais impacto.
Essa inquietação é o primeiro passo.
O segundo é decidir agir. Buscar conhecimento. Desenvolver consciência. Praticar escuta. Integrar técnica com humanidade.
Porque o mercado imobiliário do futuro não vai pertencer aos que sabem mais — vai pertencer aos que cuidam melhor.
E cuidar bem é sobre pessoas, sempre.

Quem vê resultados, nem sempre conhece a história.
Sou Flávia Pinheiros Costa, formada em Direito há 23 anos. Pós-graduada em Direito Imobiliário, Sistêmico, Contratual, Canônico e de Família. Atualmente, curso Inteligência Artificial para Advogados e sou mestranda em Mediação de Conflitos.
Mas o que realmente me move são pessoas.
Escutar histórias.
Ajudar a construir acordos.
Trazer clareza onde antes havia conflito.
E fazer do Direito uma ponte — não um muro.
Minha trajetória é marcada pela escuta ativa, pela conexão humana e pela busca constante por soluções que respeitem a lei e as relações.
Atuo como:
E, acima de tudo, sou alguém que acredita que ética, escuta e evolução diária são inegociáveis.
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