Por Laura Parizi*
O mercado imobiliário no Brasil, apesar dos juros altos, continua em franco crescimento. Só no ano passado, houve uma alta de 21% nos lançamentos de empreendimentos de médio e alto padrão, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC). Mesmo com a alta dos juros deste ano, ainda há ainda previsão projetada pelo Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), de que a expansão imobiliária chegue a 20%, muito impulsionada pela demanda por imóveis de luxo. Com isso, as incorporadoras continuam desenvolvendo novos empreendimentos. Mas, com tantos lançamentos imobiliários e os mais variados projetos, como atrair os compradores desse segmento e se diferenciar no mercado?
Algumas das tendências de incorporação para 2025 não passam só por uma boa obra, elas prezam também por aspectos que envolvem responsabilidade ambiental e bem-estar de vida. Os projetos de hoje devem ter foco em práticas sustentáveis e buscar por certificações confiáveis que atestem isso. Com as mudanças climáticas e a consciência de que os recursos naturais podem acabar, consumidores mais conscientes tendem a ser mais atraídos por isso, além dessas ações impactarem positivamente o planeta.
A escolha da localização do empreendimento é um ponto alto na hora de comprar um imóvel. Sempre é bom buscar por locais que ofereçam mobilidade, segurança e infraestrutura ao redor. Estar perto da natureza também é um dos atrativos que devem ser levados em consideração.
E estar em contato com a natureza é outra possibilidade que as pessoas procuram. Por causa da vida mais agitada nas grandes cidades, a incorporação deve prestar atenção em construir um empreendimento que leve em conta o bem-estar como prioridade. É importante que os lançamentos ofereçam aos seus clientes espaços que promovam saúde física e mental, como spas, academias e outros tipos de lazer e facilidades. Outro ponto a ser ressaltado é que, depois da pandemia, o trabalho em regime home-office passou a ser mais comum, mudando o conceito de moradia, sendo assim, um espaço de coworking pode ser um diferencial.
Focando nos imóveis, a busca por apartamentos do tipo estúdio apresenta crescimento. Por serem imóveis mais compactos e bem localizados, muitos jovens, que podem estar iniciando a vida profissional e desejando sair de casa, optam por essa moradia. Segundo uma pesquisa feita pelo Quinto Andar, o perfil de moradores desses espaços é: pessoas da faixa etária de 20 a 39 anos e que moram sozinhas. Os estúdios também servem como um ativo imobiliário, ainda mais nesse momento de popularização de plataformas que possibilitam o aluguel de curta duração, bastante utilizado por turistas.
Por fim, a personalização é hoje um dos aspectos mais importantes a serem levados em consideração pelas incorporadoras. Os clientes estão cada vez mais exigentes e querem que a sua moradia esteja adequada ao seu estilo de vida. Logo, o mercado tem que prezar por promover experiências mais exclusivas e adaptadas a cada indivíduo. Seja por meio de uma planta de projeto mais individualizada, personalização nos acabamentos e integrações com coleções pessoais, a empresa deve estar sempre atenta às demandas de cada comprador.
*Laura Parizi é arquiteta e urbanista e Gerente Executiva de Incorporação da Azo Inc.