Por Ciro Garcia
O Sul do Brasil está vivendo um reposicionamento silencioso — porém decisivo — no mapa do investimento imobiliário nacional. Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul têm atraído o olhar estratégico de incorporadoras, investidores e fundos de capital por um motivo simples: aqui, o mercado está amadurecendo com inteligência, resiliência e sofisticação.
Se você atua no setor, é hora de entender os vetores reais que estão moldando esse novo ciclo de ouro.
Balneário Camboriú e Itajaí deixaram de ser apenas destinos turísticos: tornaram-se vitrines do luxo imobiliário. A valorização do metro quadrado em cidades como Penha e Porto Belo impressiona — não por hype, mas por consistência.
Empreendimentos que unem hotelaria e moradia, arquitetura de assinatura e experiências exclusivas não são mais exceção: são o novo padrão de desejo e diferenciação. O litoral catarinense aprendeu com os excessos do passado e agora opera sob outra lógica: a da excelência como estratégia.
Enquanto os edifícios mais sofisticados constroem reputação, os imóveis compactos seguem dominando a liquidez e a rentabilidade. Studios, flats e lofts continuam sendo os ativos mais ágeis para quem busca retorno mensal — especialmente em polos de turismo e eventos.
Em regiões como Camboriú (Tabuleiro), Itapema e Porto Belo, esses produtos operam com alta ocupação e rentabilidade superior a 1,5% ao mês na alta temporada. É a microengenharia do sucesso: localização, gestão eficiente e posicionamento preciso.
O mercado de capitais deixou de ser uma tendência e se tornou realidade. A emissão de CRIs e o ingresso de incorporadoras com governança estruturada mostram que o setor aprendeu a jogar em outra liga.
Hoje, quem domina o ciclo de funding está um passo à frente — enquanto o crédito bancário tradicional se torna cada vez mais seletivo, caro e limitado.
Loteamentos, antes vistos como produto periférico, agora ocupam papel estratégico. Bairros planejados, com integração urbana, serviços, lazer e sustentabilidade são os novos vetores de expansão — principalmente em cidades médias com vocação logística, turística ou universitária.
A era do lote isolado acabou. O futuro é integrado, conectado e orientado por propósito.
Sim, há desafios. A escassez de mão de obra, os custos de obra, o excesso de oferta em algumas praças e a lentidão na aprovação de projetos são gargalos reais. Mas o investidor atento sabe que onde há desalinhamento, há oportunidade de posicionamento.
A palavra-chave é filtro. Quem não sabe filtrar — território, produto, timing — vai se perder na espuma do entusiasmo.
O novo ciclo imobiliário do Sul exige mais que capital. Exige visão, curadoria e coragem. O investidor de sucesso será aquele que entende o território, lê o comportamento do consumidor e aposta em projetos que entregam valor, não promessas.
Nosso papel é esse: transformar informação em inteligência. Mostrar que, por trás dos números, há estratégias que moldam o futuro das cidades — e dos portfólios.
Corretor de Imóveis, Empresário, Gestor Comercial e Especialista em Vendas Imobiliárias
Formado em Ciências Contábeis pela UCPEL, com pós-graduação em Administração pela FAEL e MBA em Gestão, Empreendedorismo e Marketing pela PUC-RS.
Atualmente, sou Head Comercial da Báscara Construtora, fundador da Rei dos Imóveis, gestor comercial da Leão Empreendimentos, idealizador do Diário Imobiliário e consultor associado à consultoria TOP Brokers, especializada em vendas e marketing para construtoras. Também atuo como coordenador do Núcleo de Mercado Imobiliário do Club M Brasil, sou colunista do portal Conteúdo Imob e coautor do livro Gestão Comercial – Líderes do Mercado Imobiliário
Me acompanhe para mais insights sobre o mercado imobiliário
Sigo compartilhando o que vejo de mais relevante no mercado. Te espero no próximo conteúdo.