Selic em 15%: como os juros altos impactam o investidor imobiliário e o que observar a partir de agora

Especialistas alertam para os efeitos da taxa de juros elevada no desenvolvimento de projetos, fundos e crédito estruturado no setor imobiliário

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve, nesta quarta-feira, a taxa Selic em 15% ao ano. Essa é a taxa mais alta desde julho de 2006 e tem exigido uma reavaliação das estratégias por parte dos investidores que atuam no mercado imobiliário, especialmente nos segmentos de crédito estruturado, fundos de investimento e ativos de desenvolvimento.

Com o custo de capital em níveis historicamente elevados e uma inflação ainda resistente, o cenário econômico atual impõe uma série de desafios que impactam diretamente a rentabilidade e a viabilidade de ativos imobiliários.

Para Diego Siqueira, CEO da Trinus.Co, grupo que conecta o mercado imobiliário ao financeiro por meio de uma Plataforma full-service, apesar de um panorama ainda desafiador, o momento também é de oportunidades. “Mesmo sem novos aumentos na taxa, o cenário não aponta para quedas no curto prazo. Pelo contrário, os sinais indicam uma estabilidade prolongada em patamar elevado, cujos efeitos mais profundos devem ser sentidos apenas no médio e longo prazo, exigindo preparo desde já. Os movimentos macroeconômicos deixaram claro que desenvolvedores imobiliários precisam, cada vez mais, contar com uma estrutura mais robusta de governança e transparência. O funding não está mais concentrado em vias tradicionais. Quem estiver atento a isso, estará sempre um passo à frente”.

 

Custo de capital elevado pressiona projetos imobiliários

O aumento da Selic afeta diretamente o custo de captação e, consequentemente, a viabilidade de projetos imobiliários. Empreendimentos de longo prazo se tornam mais onerosos, enquanto o crédito estruturado perde atratividade diante de um ambiente de juros elevados.

Além disso, a construção civil tem enfrentado encarecimento de insumos como concreto e aço, além de dificuldades na contratação de mão de obra qualificada. Isso pressiona as margens dos projetos e exige um controle financeiro ainda mais rigoroso, tanto do lado do desenvolvedor quanto do investidor.

Embora o mercado espere estabilidade na taxa básica por um período prolongado, alguns sinais positivos começam a surgir. A inflação deu sinais de arrefecimento nas últimas semanas, e parte dos economistas já projeta um início de ciclo de queda nos juros a partir de 2026.

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