FGTS em risco: quando proteger um fundo significa proteger histórias de vida

Por Flávia Pinheiros

 

Na última sexta-feira (27/09), o Valor Econômico trouxe um alerta que deveria preocupar todo o setor imobiliário: Carlos Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal, afirmou que a sustentabilidade do FGTS pode estar em risco.

O ponto central é simples e grave. O FGTS nasceu com a missão de financiar habitação popular e infraestrutura, mas ao longo dos anos foi se transformando em um fundo de usos múltiplos. Cada nova porta aberta para saques ou programas paralelos reduz a capacidade de cumprir o que sempre foi sua vocação: garantir moradia digna para quem mais precisa.

Se esse instrumento se fragiliza, as consequências vão muito além da planilha. Para as famílias, representa o risco de perder a linha de crédito mais acessível para conquistar a casa própria. Para a construção civil, ameaça a sobrevivência de um setor que emprega milhões de pessoas. Para o mercado imobiliário, enfraquece a base da demanda, já que é o financiamento subsidiado que torna possível a compra do primeiro imóvel para grande parte da população.

Esse não é apenas um debate técnico ou financeiro. O FGTS é o que permite que um aluguel se transforme em patrimônio, que jovens construam autonomia, que famílias deixem um legado. Quando funciona, dá segurança e estabilidade. Quando falha, deixa sonhos suspensos e projetos de vida sem chão.

O alerta do presidente da Caixa deixa claro que é preciso coragem para resgatar a vocação original do fundo. Isso passa por critérios técnicos mais rigorosos, transparência na aplicação dos recursos e, sobretudo, prioridade absoluta para habitação e infraestrutura. Popularidade de curto prazo não pode custar o futuro do principal motor habitacional do Brasil.

Corretores, construtoras, administradoras — todos que vivem desse mercado sabem que a saúde do FGTS não é “problema dos outros”. Ela define se negócios serão fechados, se projetos sairão do papel, se famílias conseguirão realizar o sonho da casa própria.

Pessoal, é o que não canso de repetir: enquanto não houver consciência de que o imóvel não é somente um ativo, mas também memória, estabilidade e legado, vamos continuar tratando patrimônio de forma rasa. O tema exige responsabilidade coletiva. Não se trata apenas de proteger um fundo, mas de proteger empregos, moradias e histórias de vida. Porque, no fim das contas, o que está em jogo não são apenas recursos financeiros — são pessoas, famílias e o futuro que queremos construir.

 

CONHEÇA MAIS SOBRE A AUTORA DESTE POST:

Quem vê resultados, nem sempre conhece a história. ✨

Sou Flávia Pinheiros Costa, formada em Direito há 23 anos. Pós-graduada em Direito Imobiliário, Sistêmico, Contratual, Canônico e de Família. Atualmente, curso Inteligência Artificial para Advogados e sou mestranda em Mediação de Conflitos.

Mas o que realmente me move são pessoas.
Escutar histórias.
Ajudar a construir acordos.
Trazer clareza onde antes havia conflito.
E fazer do Direito uma ponte — não um muro.

Minha trajetória é marcada pela escuta ativa, pela conexão humana e pela busca constante por soluções que respeitem a lei e as relações.

Atuo como:

  • Mediadora certificada pelo ICFML.
  • Perita e avaliadora de imóveis.
  • Mentora no mercado imobiliário, conduzindo famílias e profissionais.
  • Palestrante em eventos nacionais e internacionais.
  • Escritora e produtora de conteúdo jurídico.
  • Sócia de duas administradoras de imóveis.
  • Membro ativo das comissões da OAB nas áreas de Direito Sistêmico, Imobiliário e Justiça Restaurativa.

E, acima de tudo, sou alguém que acredita que ética, escuta e evolução diária são inegociáveis.

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Referência

Valor Econômico. “Caixa alerta sobre risco de crise do FGTS.” Edição de 27 de setembro de 2025.

 

 

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