Vemos frequentemente não somente uma abordagem depreciativa e preconceituosa, mas também fática, prática, envolvendo a mulher no seu papel no lar, em família bem como no mercado de trabalho. É inegável a falta de respeito, os abusos, os assédios, as inserções masculinas no intuito de desvalorizar e minimizar o ser feminino onde quer que ela esteja.
Porém, o intuito aqui não é alimentar uma questão fática e notória, mas sim dar um “sacode”, fazer um “chamamento” às mulheres para que entendam seu lugar e se posicionem com a coragem que nos é própria. Quem nunca sofreu assédio? Eu não só já sofri, como também fui penalizada, inclusive financeiramente, por não consentir qualquer investida dos superiores hierárquicos quando era empregada de um órgão público em Goiás, há alguns anos. As “letras” como diziam, que representavam porcentagem que eram acrescidas ao salário periodicamente, por merecimento ou antiguidade, que deixei de receber por inúmeras vezes, para mim era nada perto do meu valor. Eu sabia que ali não era meu lugar.
Falamos tanto do ambiente de trabalho, mas tantas de nós sofremos abusos dentro de nossas próprias casas, por quem deveria nos proteger e nos acolher. Quem deveria nos apoiar, nos violenta, nos agride das mais diversas formas. Não podemos aceitar, nem minimizar ou esconder. Não mais!
Porém, como disse, os fatos estão aí e para todo lado. Inclusive dentro de nós mesmas. E é esse o ponto! Uma coisa é o culpado ser punido. Mas por outro lado, precisamos nos enxergar e nos posicionar. Nós nos violentamos todos os dias, o tempo todo quando não sabemos nosso lugar. Daí ficamos à mercê dos outros, das circunstâncias, vivemos sob o medo, e negociamos o que é inegociável, nosso valor.
A triste, porém inegável situação discriminatória que vivemos no mercado, no ambiente de trabalho, é também um reflexo de impressões equivocadas que começam em nós mesmas, devido a forma que fomos criadas, mal tratadas na infância, por exemplo, e vamos levando essa “normalidade” e apatia para os quatro cantos de nossas vidas e carreiras. Vamos aceitando e permitindo que padrões de pessoas negativas, tóxicas e violentas vão fazendo parte de uma realidade de horror.
A partir do momento que vamos entendendo nosso papel enquanto mulher, de modo saudável, e o propósito de nossas funções em casa e no mercado, nos posicionamos. E lhe digo mais: uma mulher posicionada inibe as investidas masculinas e discriminatórias, bem como se torna insubstituível, não porque ninguém mais pode realizar sua atividade, sua função, mas porque não será ela a exercê-las.
Quando entendemos nosso valor e nos posicionamos, nos tornamos insubstituíveis, pelo poder da unicidade que passamos a experienciar e comunicar aonde vamos, com quem nos relacionamos. Esse é um processo extraordinário que desejo que todas possamos vivenciar. Quando nos posicionamos, os homens que antes nos “riscava dos projetos” passam a fazer questão de nos ouvir e ter nossa atuação determinante nos negócios. Em nossa casa com filhos e maridos, passamos a viver também uma dinâmica relacional saudável onde todos são e estão presentes, ativos e integrados em unidade conjugal e familiar.
Daí você poderia se questionar: eu sei meu valor? Eu me posiciono ou reajo às pessoas e aos fatos? Uma poderosa chave eu já lhe dei: o poder da unicidade. Entendermos que somos únicas e nos permitir explorar a autoralidade no trabalho, nos negócios, produz frutos incríveis. Cópia não tem valor. Pirataria não tem valor e é crime! Quando descobrimos o poder da unicidade, vem um bônus maravilhoso: a criatividade.
E aí, ninguém te segura, ninguém te para, não compete com ninguém, tamanha sua autoconfiança e segurança em brilhar, explorar suas habilidades, expor sua competência e capacidade em qualquer área que decidir atuar ou desenvolver.
Mulher, você é insubstituível por ser quem é! O seu poder está na sua unicidade! Desfrute dele e o ilimitado é o seu lugar!