Além dos bairros e comunidades planejadas temos as Smart Cities. Apesar de ser um conceito relativamente recente, o conceito já se consolidou como assunto fundamental na discussão global e já temos case no Brasil.
Atualmente, cidades de países emergentes estão investindo bilhões de dólares em soluções inteligentes enquanto os países mais desenvolvidos têm de melhorar sua infraestrutura urbana existente para permanecerem competitivos. Você sabia que metade das cidades europeias acima de 100.000 habitantes já possuem ou estão implementando iniciativas para se tornarem Smart Cities de verdade?
O foco é na cidade criativa e sustentável, que deve fazer uso de tecnologia e soluções mais inteligentes desde o seu processo de planejamento com a participação dos cidadãos e com o pensamento em inovações que melhore ou implemente uma infraestrutura mais eficaz.
A união Européia conceitua as Smart Cities como sistemas e pessoas interagindo e usando energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida. De acordo com o Cities in Motion Index, do IESE Business School na Espanha, 10 dimensões indicam o nível de inteligência de uma cidade: governança, administração pública, planejamento urbano, tecnologia, o meio-ambiente, conexões internacionais, coesão social, capital humano e a economia.
Existem normas internacionais que falam a respeito das cidades inteligentes e também um novo projeto de Lei de 2021 apresentados pelo Srs. José Priante, Francisco Jr, Angela Amin, Haroldo Cathedral e outros que Institui a Política Nacional de Cidades Inteligentes e dá outras providências.
Esta Lei institui a Política Nacional de Cidades Inteligentes, com vistas à melhoria da qualidade de vida dos munícipios dispõe sobre os princípios e diretrizes que a nortearão, os seus objetivos, as ações a serem realizadas, os recursos alocáveis e dá outras providências.
Cita no Art. 2º que para os efeitos desta Lei, entende-se por:
I – cidade inteligente: espaço urbano orientado para o investimento em capital humano e social, o desenvolvimento econômico sustentável e o uso de tecnologias disponíveis para aprimorar e interconectar os serviços e a infraestrutura das cidades, de modo inclusivo, participativo, transparente e inovador, com foco na elevação da qualidade de vida e do bem estar dos cidadãos.
Você pode analisar ao fazer a leitura das dimensões e componentes da norma proposta que existem itens essenciais para que uma cidade seja realmente inteligente e que é necessário amadurecimento e entendimento de diversas questões para que possa se aplicar o conceito a prática.
Quase todo mundo já leu sobre Jan Gehl, o arquiteto e urbanista dinamarquês e suas ideias que casam com as Smart Cities. Ele traz o conceito de cidades mais humanas e ideias sobre como construir um futuro melhor para as cidades. Como no seu conhecido livro que você não pode deixar de ler intitulado Cidade para Pessoas que já foi traduzido em 32 idiomas.
Jan Gehl formulou 12 critérios para a criação de espaços públicos. Elementos como espaço para caminhar, para sentar, coisas para ver, qualidade estética e proteção contra o tráfego são alguns deles.
E ele mesmo expos seu pensamento da seguinte forma:
Realmente precisamos pensar nas cidades do futuro como um colar de pérolas. O cordão deve ser muito rápido, seguro e inteligente para o transporte público e, então, teremos os bairros como pérolas em um cordão, onde a maioria das pessoas está a uma distância “caminhável” ou “ciclável” das estações. Aí você tem bairros fantásticos onde se pode trabalhar, morar, as crianças podem crescer e onde a população pode ter uma expectativa de vida cada vez mais alta. Aí você tem sistemas de transporte mais inteligentes, que possam te levar de um sistema para outro. Se for realmente inteligente, você pode até levar junto a sua bicicleta.”