Na minha infância, não havia pré-escola. Era assim na escola pública em que estudei. Tudo começava no 1º ano do curso primário, que durava quatro anos. Em seguida, vinha o ginasial, igualmente com quatro anos, no qual só se ingressava mediante aprovação em exame de admissão, uma espécie de vestibular. Findo o ginásio, pleiteava-se uma vaga no 2º grau ou científico, com três anos de duração, que também dependia de aprovação em prova de ingresso. Só os melhores alunos tinham acesso, porque não havia vagas para todos.
As escolas de 1º e 2º graus, no entanto, tinham algo que hoje já não se vê. Tínhamos aulas de OSPB (Organização Social e Política do Brasil), e também de Moral e Cívica. Antes de cada jornada, os alunos se reuniam, em fila, no pátio da escola, em posição de sentido, e cantavam Hinos: Nacional, à Pátria, ao marinheiro, à Bandeira e muitos outros. Os estudantes se sentiam, sobretudo, cívicos e patriotas. Cada um tinha o próprio hinário. Conheciam e veneravam nossos símbolos pátrios. Tempos memoráveis! Hoje, 19 de novembro é o dia da Bandeira!
Na Praça dos Três Poderes, em Brasília, há um mastro com 100 m de altura, criado pelo arquiteto Sérgio Bernardes, inaugurado em 19 de novembro de 1972, por força da Lei 5.700/71. Sua parte inferior é formada por 24 barras que, na época, representavam cada estado e territórios brasileiros – hoje, já temos 26 estados e um Distrito Federal –. A parte superior do mastro, segundo o Guinness Book, sustenta a maior bandeira permanentemente hasteada do mundo: 280 m² (14 m x 20 m), que é substituída, em solenidade, todo 1º domingo de cada mês.
No ato solene de substituição, a Bandeira antiga não pode ser arriada enquanto a nova não estiver hasteada. O Brasil já ostentou as seguintes Bandeiras (12, no total): 1. Bandeira da Ordem de Cristo (1500); 2. Bandeira Real de Portugal (1500/1521); 3. Bandeira de D. João III, o colonizador (1521/1616); 4. Bandeira de D. Felipe II, durante a União Ibérica (1616/1640); 5. Bandeira da Restauração – fim do domínio espanhol sobre Portugal (1640/1683); 6. Bandeira do Principado do Brasil (1645/1816); e 7. Bandeira de D. Pedro II (1683/1706).
Tivemos ainda: 8. Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve (1816/1821); 9. Bandeira do Regime Constitucional (1821/1822); 10. Bandeira Imperial do Brasil (1822/1889); 11. Bandeira Provisória da República (15 a 19/11/1889); e 12. Atual Bandeira Nacional. Idealizada por Raimundo Teixeira Mendes, Miguel Leme e Manuel Pereira Reis, e desenhada por Décio Vilares, nossa Bandeira completa 133 anos. A expressão “Ordem e Progresso” origina-se do positivismo de Auguste Comté: Amor, por princípio; ordem, por base; e progresso, por fim.
A forma retangular (Lei 5.700/71) obedece à proporção de 1,0 de largura por 0,7 de altura. O verde do retângulo, interpretado como nossa natureza, vem da Casa de Bragança (família de D. Pedro I); o amarelo do losango, entendido como símbolo de nossa riqueza mineral, vem da Casa de Lorena (família de D. Leopoldina); O círculo azul indica nosso céu estrelado. Cada estrela, todas com cinco pontas, de cinco diferentes tamanhos, representa um Estado brasileiro. A que está acima da faixa representa o estado do Pará. Viva a nossa Bandeira!