Até poucos anos atrás o Brasil era um país agrário-rural e uma massa de pessoas saiu do campo para a cidade. A população aumentou e essas pessoas procuram locais pra morar dentro da sua condição financeira. As cidades também tentaram relocar as pessoas para outros locais (tentando como solução tirar as pessoas de terras irregulares, colocam elas longe da cidade e elas voltam para locais irregulares – criando favelas também).
Nesse contexto começa uma série de problemas de ocupações irregulares e locais inapropriados de moradias, má urbanização, falta de saneamento, várzeas de rios, locais alagadiços, entre outros.
O brasileiro médio gasta um percentual muito alto com moradia, aproximadamente 39% do seu orçamento, tendo um custo alto de moradia frente a renda.
Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) sob encomenda da ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) revelou que o Brasil bateu a marca negativa de 7,77 milhões de residências de déficit habitacional, maior índice dos últimos dez anos – considerando o período entre 2007 e 2017.
Dentre os componentes do estudo, a maior parcela do déficit (42,3%) é relacionada a famílias que têm despesas excessivas com aluguel.
Uma parte da população não sabe para onde vai e quer ter sua casa, porém essas pessoas muitas vezes não têm condições de adquirir um imóvel nas regiões mais urbanizadas pelo custo alto, elas acabam indo para ocupações irregulares. Esses locais geralmente não têm infraestrutura, gerando pro estado depois uma sobrecarga porque o estado tem que ir lá criar equipamentos urbanos, infraestrutura e ainda regularizar.
As cidades poderiam rever os sistemas de urbanização e refletir sobre alternativas sobre adensamento, pois o adensamento é inexorável e é ele que viabiliza muitas vezes sistema de esgoto, de água, de transporte público e equipamentos urbanos.
Implantações de loteamentos e condomínios tem que ser facilitadas, revistas para melhorarmos essas situações de déficit, de terras irregulares, pois combatemos o processo ilegal de terra com mercado de terra legal. Então o poder público pode intervir.
Mas não só ele. Mudando algo dentro do local público e privado para adotar medidas que possamos fazer com que essas terras sejam regularizadas de forma mais simples e barata.
Deve ser uma posição DO EMPREENDEDOR em pensar em integrar o empreendimento ao ambiente pensando na contribuição social x retorno financeiro – o empreendedor deveria pensar em alterar o macro ambiente positivamente, em poder contribuir com a região, pensar na implantação de forma de minimizar os impactos ambientais, executar com qualidade os equipamentos e a própria infraestrutura.