Liderança é tema recorrente em qualquer ambiente empresarial ou corporativo, porque não é fácil encontrar líderes que saibam reconhecer a importância de seu papel como base da segurança psicológica de seus liderados. A segurança psicológica, ou emocional, gera o clima de confiança e honestidade, no qual as pessoas se sentem a` vontade para expressar suas ideias e dúvidas – e mesmo para assumir riscos ponderados – sem medo de cometer erros e, em função deles, ficar sujeitas a humilhações e punições.
A expressão segurança psicológica foi criada por Amy Edmondson, da Harvard Business School. Segundo ele, nesse cenário, o papel do líder e´ fundamental. Ele tanto pode construir um ambiente de confiança quanto destruí-lo com atitudes impróprias, que acabam por corroer o potencial de sua equipe. Liderança não se configura só com simpatia ou carisma, mas com ações consistentes, que criam ambientes psicologicamente seguros. Liderar é atentar para diferentes opiniões e valorizar as contribuições genuínas.
O bom líder acolhe cada interação e a transforma em um sinal claro de que seu time está protegido para errar, crescer e se reinventar. Acatar um erro sem humilhação e ouvir com atenção são ações importantes para elevação do desempenho coletivo. Por outro ângulo, atitudes de desprezo ou humilhação destroem a moral. Críticas mal expressadas ou ausência de reconhecimento inibem a interação, tornando as equipes silenciosas e apáticas, nas quais não há trocas nem ousadias. As ideias morrem antes de nascer.
A pesquisadora norte-americana Brené Brown, conhecida por seu trabalho sobre vergonha, vulnerabilidade e liderança, afirma que coragem e vulnerabilidade andam juntas, de mãos dadas. Essa e´ a combinação que inspira as pessoas a contribuírem sem máscaras. Em um ambiente onde ninguém precisa fingir perfeição, as soluções criativas fluem com naturalidade. Isso é segurança psicológica que, quando ausente, aprisiona o potencial humano. O bom líder reconhece sua importância e a proporciona a seus liderados.
A liderança realizadora se constrói com coragem, não com certezas. Líderes que se mostram vulneráveis e humanos abrem espaço para a autenticidade. Quando o líder admite suas dúvidas e incertezas, ao contrário de evidenciar fraqueza, ele demonstra força emocional e confiança no grupo. A produtividade não vem da cobrança austera, mas da confiança mútua. Equipes seguras ousam mais, criam mais e corrigem o rumo com mais agilidade. Não é utopia, é gestão estratégica de quem sabe se impor sem oprimir.
Um líder realizador não se satisfaz apenas com o cumprimento de metas. Ele cria cultura, fortalece os vínculos e promove o desenvolvimento humano. Em um mundo de relações cada dia mais complexas, promover segurança psicológica e´ nutrir inteligência coletiva, fazendo do medo confiança, do silêncio diálogo, e do conformismo criatividade. Liderar é, acima de tudo, liberar o potencial das pessoas com escuta ativa, coragem e compromisso contínuo com o bem- estar emocional. Essa e´ a liderança que de fato transforma!