A multipropriedade, é uma modalidade de propriedade imobiliária que vem ganhando espaço no Brasil. Trata-se de um sistema onde várias pessoas adquirem o direito de uso de um imóvel durante um período específico do ano, dividindo custos e responsabilidades. Este modelo oferece uma série de vantagens e desvantagens que merecem ser consideradas.
Uma das principais vantagens da multipropriedade é a redução de custos. Os proprietários compartilham as despesas de aquisição, manutenção e impostos, tornando o investimento mais acessível. Com um menor aporte inicial, é possível investir em imóveis de alto padrão que, individualmente, seriam inacessíveis. Além disso, cada proprietário tem um período específico de uso do imóvel, garantindo férias ou temporadas de lazer planejadas. Alguns sistemas permitem a troca de períodos entre os proprietários, oferecendo maior flexibilidade.
Outro benefício significativo é a gestão profissional. Empresas especializadas geralmente administram a multipropriedade, cuidando da manutenção e da gestão do imóvel, o que proporciona tranquilidade aos proprietários. Esta administração centralizada assegura que o imóvel esteja sempre em boas condições de uso, mantendo um padrão de qualidade. Em regiões turísticas ou de alta valorização, a multipropriedade pode ser uma forma de adquirir um bem que tende a valorizar com o tempo, aumentando o patrimônio do investidor.
No entanto, a multipropriedade também apresenta desvantagens que devem ser ponderadas. O uso do imóvel é restrito a um período específico, o que pode ser inconveniente para aqueles que desejam maior flexibilidade ou precisam mudar suas datas de viagem com frequência. Pode haver conflitos entre os proprietários para a escolha dos períodos de uso, especialmente em datas festivas ou temporadas de alta demanda.
Além disso, há custos recorrentes. Além do custo inicial de aquisição, os proprietários devem arcar com taxas recorrentes de manutenção, que devem ser pagas independentemente do uso do imóvel. Eventuais reformas ou melhorias podem implicar em despesas extras. A complexidade jurídica também é uma desvantagem a ser considerada. A multipropriedade envolve contratos detalhados e regulamentação específica, exigindo a consulta a advogados especializados para evitar problemas legais. Disputas entre os proprietários sobre o uso ou a manutenção do imóvel podem surgir e necessitar de mediação ou até mesmo de intervenção judicial.
A questão do valor de revenda é outro ponto importante. A venda de uma fração de multipropriedade pode ser mais difícil do que a venda de um imóvel tradicional, devido ao mercado específico e às particularidades do contrato de multipropriedade. Em alguns casos, a revenda pode ocorrer com desvalorização, especialmente se o mercado estiver saturado ou se o imóvel não tiver boa gestão.
Portanto, a multipropriedade apresenta uma série de vantagens, especialmente para aqueles que buscam um investimento acessível em imóveis de alto padrão e desejam um uso periódico garantido. No entanto, é crucial estar ciente das desvantagens e avaliar cuidadosamente todos os aspectos envolvidos, desde os custos recorrentes até as questões jurídicas e de mercado. Para aqueles interessados em explorar essa modalidade de propriedade, recomenda-se a consulta a profissionais especializados em direito imobiliário para garantir uma experiência segura e vantajosa.
Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUCRS;
Especialista em Direito e Negócios Empresariais, com ênfase em Títulos de Crédito e Recuperação Judicial e Falências, pela UNIDERP;
Especialista em Direito e Processo do Trabalho com ênfase em defesa empresarial, pela LFG/Anhanguera;
Especialista em Direito e Negócios Imobiliários, pela FMP;
Mestre em Ciências Jurídicas e Sociais, com área de concentração em Gestão e Negócios Empresariais pelo Instituto Acadêmico de Estudos e Pesquisas Pertencer;
Advogado, Corretor de Imóveis, Empresário, Palestrante;