Em uma conversa com João Paulo Kowalsky diretor de urbanismo de Itajaí e empresário discutimos sobre como os órgãos públicos atuando juntamente com os empreendedores podem maximizar as soluções urbanísticas para nossas cidades.
Vamos refletir juntos. Uma parte da população hoje não sabe para onde vai, onde vai morar e quer sua casa, seu apartamento. Essas pessoas muitas vezes não têm condições de adquirir um imóvel nas regiões mais urbanizadas onde o custo é alto e acabam indo para ocupações irregulares. Essas ocupações irregulares geralmente não têm infraestrutura e geram para o estado uma sobrecarga posterior, pois o mesmo tem que ir até esses locais criar equipamentos urbanos, infraestrutura e ainda regularizar.
Condomínios, loteamentos e projetos planejados que visam a urbanização das cidades seriam ou podem ser uma solução para os municípios, pois a infraestrutura, seu planejamento e execução fica a cargo do empreendimento e não do município. E muitas vezes até a manutenção e gestão da área também.
As cidades poderiam rever os sistemas de urbanização e refletir sobre alternativas sobre adensamento, pois o adensamento é inexorável e é ele que viabiliza muitas vezes sistema de esgoto, de água, de transporte público e equipamentos urbanos.
Implantações de empreendimentos tem que ser facilitadas, revistas para melhorarmos essas situações de déficit, de terras irregulares, pois combatemos o processo ilegal de terra com mercado de terra legal. Então o poder público pode intervir de certa forma.
Mas não só ele. Mudando algo dentro do local público e privado para adotar medidas que possamos fazer com que essas terras sejam regularizadas de forma mais simples e barata.
As nossas leis são aprovadas por pessoas que nós colocamos no poder que muitas vezes são pessoas não capacitadas tecnicamente para tomarem as decisões para a população e a comunidade. Acontece que as pessoas capacitadas acabam não influenciando e nem fiscalizando essas decisões e depois reclamam e se sentem injustiçadas.
Os profissionais tem que participar das tomadas de decisões públicas: engenheiros, arquitetos, projetistas que tem o invés técnico para auxiliar nas decisões. Além dos empreendedores que buscam implementar seus projetos que podem trazer benefícios e soluções coletivas.
O próprio estado também não induz ao empreendedor criar empreendimentos que gerem uma competição, que consiga diminuir esse alto valor da habitação O país deveria criar recursos que gerasse um incentivo aos empreendedores e eles contribuíssem para a gestão das cidades também.
Deve ser uma posição do empreendedor pensar em integrar o empreendimento ao ambiente pensando na contribuição social x retorno financeiro, pensando em alterar o macro ambiente positivamente, em poder contribuir com a região, pensar na implantação de forma de minimizar os impactos ambientais, executar com qualidade os equipamentos e a própria infraestrutura.
Isso beneficia o próprio empreendedor que se beneficia com uma boa reputação não só para o cliente, para as vendas, marketing, futuras vendas, portfolio como também para as regularizações no próprio poder público para os próximos empreendimentos.