Vale a pena reformar para vender?

Essa é uma das perguntas mais comuns no mercado imobiliário — e também uma das mais mal respondidas. Isso porque não existe uma fórmula única. Reformar antes de vender pode aumentar (e muito) o valor de mercado de um imóvel, mas também pode ser um tiro no pé quando feita sem estratégia.

Como arquiteta e avaliadora de imóveis, vejo diariamente imóveis com potencial mal aproveitado — seja por falta de um bom projeto, seja por reformas feitas no impulso, sem estudo de retorno ou sem alinhamento com o perfil do comprador.

Abaixo, explico quando vale a pena investir e quando é melhor vender do jeito que está.

 

Quando vale a pena reformar antes de vender:

1) Quando o imóvel tem boa localização, mas está visualmente ultrapassado

A localização segura e valorizada é um ativo poderoso. Se o imóvel está em bom ponto, mas com acabamentos antigos ou layout mal aproveitado, uma reforma pode gerar valorização real de 20% a 40%.

2) Quando há problemas visuais simples que assustam o comprador

Manchas, pintura descascando, pisos danificados ou falta de iluminação: esses fatores tiram o brilho do imóvel, mas são resolvidos com baixo investimento. Um “banho de loja” pode melhorar fotos, presença em anúncios e percepção do valor.

3) Quando o imóvel está vazio e sem vida

Ambientes vazios vendem mal. Um projeto de interiores com ambientação neutra, boa iluminação e setorização clara ajuda o cliente a visualizar possibilidades e acelera a venda.

4) Quando se quer atingir um público mais exigente

Se o objetivo é vender rápido e com alto valor agregado (em áreas nobres ou para investidores exigentes), o imóvel precisa estar atualizado — funcional, bonito e pronto para uso.

 

Quando NÃO vale a pena reformar:

1) Quando o custo da reforma ultrapassa o potencial de valorização

Antes de pensar em reformar, é preciso fazer um estudo de viabilidade: quanto o imóvel vale hoje, quanto vai custar reformar, e quanto ele pode valer depois. Se a conta não fechar, melhor vender como está — ou vender para quem deseja reformar.

2) Quando o comprador final prefere personalizar

Se o imóvel está em bom estado estrutural, mas com acabamentos antigos, muitos compradores preferem negociar desconto e reformar com seu próprio gosto. Nesse caso, o vendedor pode economizar e abrir espaço para negociação.

3) Quando a obra exige licenças complexas ou regularizações demoradas

Se o imóvel tem pendências urbanísticas, reformas estruturais podem travar ainda mais o processo de venda. Antes de qualquer obra, é importante entender o que é legalmente permitido e regularizável.

 

Reformar para vender pode sim ser um grande negócio — quando é uma reforma pensada com estratégia, com foco no público-alvo e com respaldo técnico. O segredo está em avaliar o potencial do imóvel, o perfil de quem vai comprar e a realidade do mercado local.

Mais do que investir em acabamentos caros, o importante é resolver os problemas certos, valorizar os pontos fortes e transformar o imóvel em uma oportunidade irresistível para o próximo dono.

 

CONHEÇA MAIS SOBRE A AUTORA DESTE DE POST:

Bruna Copetti

Arquiteta e Urbanista, pós-graduada e Especialista em Estudos de Viabilidades para Reformas e Empreendimentos Imobiliários.

Sócia no escritório de arquitetura Kaus_Copetti, uma empresa especializada em serviços de arquitetura, com foco na aprovação de projetos, regularização de imóveis, house flipping e estudo de viabilidade para empreendimentos.

@arq.brunacopetti | @kaus_copetti

contato@kausecopetti.com.br

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