Amortização no financiamento imobiliário: como funciona e qual a melhor estratégia para 2025

A compra de um imóvel por meio de financiamento envolve diversos fatores técnicos e estratégicos, e a amortização da dívida é um dos mais relevantes. Entender como ela funciona e como usá-la a seu favor pode representar uma economia significativa e até antecipar a quitação do imóvel.

 

O Que é Amortização?

Amortizar significa pagar parte do valor principal da dívida – ou seja, o saldo devedor. Ao longo do financiamento, o valor pago nas parcelas é dividido entre juros, seguros obrigatórios, taxas administrativas e amortização.

Quando falamos em amortizar, estamos falando de reduzir o saldo devedor de forma planejada ou antecipada.

 

Sistemas de Amortização no Brasil

Os financiamentos imobiliários operam, em geral, sob três principais sistemas de amortização:

1) SAC (Sistema de Amortização Constante)

A amortização é constante ao longo do contrato.

Os juros incidem sobre o saldo devedor, que vai diminuindo mês a mês.

Por isso, as parcelas começam mais altas e vão diminuindo com o tempo.

É o sistema mais utilizado no crédito habitacional da Caixa Econômica Federal e bancos públicos.

Vantagem: economia de juros ao longo do tempo e mais facilidade para antecipar parcelas.

2) Tabela Price (Sistema Francês de Amortização)

As parcelas são fixas durante todo o contrato (desde que não haja reajustes como TR ou IPCA).

A amortização começa baixa e vai aumentando com o tempo.

Os juros são maiores no início e diminuem com o passar dos anos.

Vantagem: maior previsibilidade de parcela, ideal para quem precisa de controle financeiro no curto prazo.

Desvantagem: maior incidência de juros no início, o que torna a amortização mais lenta.

3) SACRE (Sistema de Amortização Crescente)

Híbrido entre SAC e Price.

As parcelas variam conforme os reajustes de contrato (normalmente TR).

Utilizado pela Caixa em produtos indexados à TR com prestação atualizável.

Amortização Antecipada: Como Reduzir o Tempo ou o Valor da Parcela

Com a alta das taxas de juros em 2025 e novas regras de financiamento, a amortização antecipada se tornou uma ferramenta estratégica para economia.

 

Existem duas formas de amortizar antecipadamente

A) Redução do Prazo

Mantém o valor da parcela.

Diminui a quantidade de meses para quitação.

Gera maior economia com juros.

Indicado para quem tem folga no orçamento e deseja quitar o imóvel mais rápido.

B) Redução do Valor da Parcela

Mantém o prazo final.

Diminui o valor mensal da prestação.

Útil para aliviar o orçamento mensal.

Indicado para quem precisa reduzir gastos fixos no curto prazo.

 

Amortizar com FGTS: Uma Aliada Poderosa

Os trabalhadores com saldo no FGTS podem utilizá-lo para:

Abater até 80% das parcelas em 12 meses.

Amortizar o saldo devedor.

Reduzir o prazo ou o valor da prestação.

Requisitos:

Imóvel financiado pelo SFH.

Valor de avaliação de até R$ 1,5 milhão.

O titular não pode ter outro imóvel na mesma cidade.

 

Quando Vale a Pena Amortizar?

Amortizar é vantajoso especialmente quando:

Os juros do contrato são altos.

Há sobra de recursos (FGTS, 13º, restituição IR, bônus etc.).

O objetivo é quitar mais cedo ou diminuir os encargos mensais.

 

Dica: Sempre solicite ao banco o demonstrativo do impacto da amortização. Muitas vezes, amortizar o equivalente a 6 parcelas pode reduzir até 2 anos no prazo total.

 

Simulação de Economia com Amortização

Exemplo:

Financiamento de R$ 300 mil em 360 meses, juros de 9% ao ano (SAC).

Após 24 meses, o cliente amortiza R$ 30 mil do saldo devedor.

Resultado (Redução de Prazo):

O financiamento é quitado em cerca de 294 meses.

Economia de aproximadamente R$ 45 mil em juros.

 

Conclusão

A amortização é uma das ferramentas mais poderosas dentro de um financiamento imobiliário. Em tempos de juros elevados e mudanças nas políticas bancárias, planejar a amortização com inteligência pode transformar um contrato pesado em um investimento saudável.

Dica: Sempre que possível, converse com seu banco ou correspondente bancário e estude o melhor momento e forma de amortizar. A economia pode ser surpreendente.

 

CONHEÇA MAIS SOBRE O AUTOR DESTE POST:

Diego Miranda

Empresario e Corretor de imóveis a 25 anos, correspondente bancário a 19 anos

Especialista em Bancos Privados

Profissional certificado

Especialista em análise de crédito

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