Em Santa Catarina, a qualidade urbana ainda apresenta desafios. Com 22% da população vivendo em ruas sem calçada e apenas cerca de 78% com passeios adequados, há uma lacuna considerável na mobilidade acessível.
Este cenário exige reflexão e ação: o arquiteto tem papel central na transformação de espaços públicos em ambientes acolhedores, inclusivos e ativos.
Contexto regional: infraestrutura insuficiente
Dados do IBGE apontam que 22% dos catarinenses sequer têm acesso a calçadas em suas ruas, mostrando uma fragilidade em planejamento urbano e segurança para pedestres. Programas municipais surgem, mas ainda há carência de fiscalização e continuidade eficaz.
Índice de caminhabilidade em Blumenau
Em Blumenau, o estudo sobre o Índice de Caminhabilidade (IC) nos bairros Centro e Badenfurt revelou que o Centro possui maior qualidade de infraestrutura para pedestres, enquanto Badenfurt ficou aquém. Avaliações como essa oferecem ferramentas concretas para projetistas e gestores identificarem áreas prioritárias.
Boas práticas: Joinville como exemplo
Joinville possui um ambicioso Plano Diretor de Transporte Ativo, com foco em caminhabilidade e ciclovias. O plano mapeia “rotas seguras” — calçadas ao longo de centros de ensino e saúde — e busca manter mais de 20% dos deslocamentos diários por caminhada.
Ações em Florianópolis e outras cidades
Florianópolis investiu R$ 35 milhões em corredores de ônibus, mobilidade urbana e complementações viárias, prevendo ainda projetos de passeios acessíveis, calçadas, sinalização e ciclovias em municípios como Santo Amaro da Imperatriz, Itapema, Guaramirim, Ilhota e Gravatal. Programas estaduais alcançam inclusive municípios menores, apontando para um esforço integrado de mobilidade e inclusão.
O papel do arquiteto urbano
Para tornar efetiva a humanização urbana, é essencial que o arquiteto:
Santa Catarina mostra tanto desafios (22% sem calçadas e disparidade regional na infraestrutura urbana) quanto caminhos inspiradores (planos em Joinville, investimentos federais, estudos em Blumenau). O arquiteto é peça-chave nesse processo, atuando desde o mapeamento até a proposição de espaços urbanos que promovam saúde, inclusão e qualidade de vida.
Se você é arquiteto ou urbanista em Santa Catarina, compartilhe este artigo para despertar reflexões e inspirar ações concretas. Nosso estado pode se tornar referência na humanização urbana—precisamos apenas unir diagnóstico, projeto e engajamento.
Arquiteta e Urbanista
Formada e atuante na área há mais de 10 anos.
Especialista em projetos arquitetônicos e regularização de imóveis.
Sócia no escritório de arquitetura Kaus_Copetti, uma empresa especializada em serviços de arquitetura, com foco na aprovação de projetos, regularização de imóveis, house flipping e estudo de viabilidade para empreendimentos.
@rosanakaus | @kaus_copetti
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Principais fontes iteradas: