Home Equity ou CGI (Crédito com Garantia de Imóvel) é uma modalidade de empréstimo, muito comum nos Estados Unidos e países da Europa, que começa a ganhar força no Brasil. A concessão desse tipo de crédito, que consiste basicamente em ter um imóvel como garantia para o valor que é tomado emprestado, cresceu 87,61% nos últimos cinco anos, segundo relatório referente ao primeiro semestre de 2024, elaborado pela Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP). O estoque de recursos no país para esse tipo de empréstimo saiu de 10,5 bilhões de reais em 2019, para 19,7 bilhões em 2023.
Uma das principais atratividades da operação é, sem dúvida, as baixas taxas de juros cobradas, uma das mais baratas do mercado e costumam ficar na casa de 1 e 1,8% + IPCA. “Como há um imóvel já quitado e regularizado que é dado como garantia, os bancos conseguem reduzir, não só os juros, mas também muitas das exigências para se contratar o empréstimo”, explica Ione Vicente, sócia-diretora da URBS Cred, empresa que faz parte de um dos maiores grupos imobiliários de Goiás e que foi fundada, há cerca de um ano, para intermediar e oferecer soluções de financiamento e créditos e vem percebendo o crescimento da adesão pela modalidade de empréstimo.
“O contratante pode tomar até 60% do valor do imóvel dado como garantia, quando for um apartamento; até 50%, em se tratando de casa; até 40%, quando for imóvel comercial; 30%, quando for lote ou terreno. É possível até fazer o empréstimo com imóvel ainda não quitado, neste caso é emprestado até 30%, pagando-se o saldo devedor e volta-se o troco”, detalha Ione. Outra vantagem do home equity é o período de carência para começar a pagar o empréstimo: seis meses. A dívida pode ser paga em até 240 meses.
Ione Vicente explica que esse tipo de empréstimo tem sido uma solução para quem precisa de um recurso rápido e com taxas bem atrativas. “Eu percebo que o home equity tem sido uma solução para muitos consumidores que querem comprar um segundo imóvel e mudar logo, mas dependem de vender do bem que já tem. Com o empréstimo tendo o imóvel como garantia, você levanta de forma rápida um bom dinheiro para pagar ou financiar boa parte do imóvel novo, até que o antigo seja vendido. Quando vender, é só quitar o empréstimo”, afirma a sócia da URBS Cred.
Embora a maioria das pessoas que tomam dinheiro emprestado por meio do home equity, use o recursos para upgrade residencial (compra um imóvel melhor) e para reformas, Ione explica que o dinheiro pode ser usado para qualquer finalidade, como capital de giro para um negócio, compra de veículo e até para pagar uma dívida. “Usar para quitar dívidas é possível sim, porque nós já fizemos aprovações de perfis de clientes que tinham algum tipo de negativação. Porém, é importante ressaltar que dependendo do tipo de restrição, a análise do crédito pode não ser aprovada, especialmente quando se tem débito referente a renegociações”, esclarece.
A sócia da URBS Cred lembra que muita gente usa o empréstimo na modalidade home equity para fazer bons negócios. “Me lembro de um cliente nosso, que tinha dois apartamentos, e ele colocou um deles, que era menor, como garantia para pegar um empréstimo. Com o dinheiro ele decorou e mobiliou o imóvel maior e conseguiu alugar por valor bem acima do mercado”, conta Ione.
A URBS Cred está situada na Rua 140 do Setor Marista, em Goiânia, e está interligada a várias instituições financeiras por meio de uma plataforma digital, através da qual faz a pesquisa das melhores taxas, envio e análise de documentação e aprovação do crédito.
Melhor opção
O empréstimo na modalidade home equity foi a melhor solução para a advogada Maria Augusta Moreira Domingues, concluir a construção de um galpão comercial na cidade de Trindade, região metropolitana de Goiânia, para a qual já tinha um locatário garantido. “O recurso que tinha separado para a obra acabou antes do previsto, então usei esta alternativa”, conta ela que deu um imóvel residencial de sua propriedade como garantia.
A advogada destaca que conhecia esse tipo de empréstimo e que já usou para comprar um segundo imóvel, há cerca de dois anos. “O que me fez optar pelo empréstimo no sistema home equity foi a taxa de juros, que é uma das mais baixas”, lembra Maria Augusta. Atualmente, ela já quitou este empréstimo.