Entenda o potencial construtivo do seu terreno no litoral de Santa Catarina

O que é o Potencial Construtivo?

O coeficiente de aproveitamento (CA) é o fator que indica quantos metros quadrados podem ser construídos em um terreno: basta multiplicar o CA pela metragem do lote.

Exemplo: em um terreno de 1.000 m² com CA 2, o proprietário pode erguer até 2.000 m² de área construída (somando todos os pavimentos).

Além do coeficiente básico definido no zoneamento, há possibilidades de expansão por outorga onerosa — compra do “direito de construir” além do limite — ou por incentivos urbanísticos (como áreas verdes).

 

Legislação e Zoneamento no Litoral Catarinense

Florianópolis

  • A faixa costeira exige afastamento mínimo de 15 m da orla e altura máxima de vizinhança de 10,50 m — até 13,50 m se houver mezanino e incentivos.
  • Recentes alterações permitem ampliar o potencial se o terreno destinar parte ao uso público, como praças

Balneário Camboriú

  • O plano municipal utiliza macrozonas: construções na ZACC e ZACCB têm parâmetros específicos de CA, taxa de ocupação, afastamentos e gabarito.
  • Busca equilibrar alto adensamento com preservação da paisagem natural, exigindo compensações ambientais nas obras.

Cidades como Itajaí, Itapema, Porto Belo e Bombinhas

  • Seguem normas semelhantes, com CA diferenciados por zona. Algumas permitem outorga onerosa e transferência de potencial.
  • Em Bombinhas, por exemplo, desde 2019 a liberação de mais de oito pavimentos depende do pagamento de outorga, o que resultou em forte arrecadação e uso em infraestrutura local.

 

Impacto no Mercado Imobiliário

O litoral catarinense vive um boom imobiliário, especialmente em Balneário Camboriú e Itapema:

  • O m² atingiu R$ 12.335 em Balneário e R$ 11.717 em Itapema (medição FipeZap+ em julho de 2023).
  • Esse crescimento explodiu com novos empreendimentos: “um novo bairro lançado… foi vendido em um único dia e alcançou valorização superior a 160%”.

O potencial construtivo estimulado pela legislação — com outorga onerosa — impulsiona lançamentos luxuosos à beira-mar, o que eleva os preços dos terrenos.

 

Dicas Práticas para Investidores e Projetistas
  • Estude o zoneamento local: conheça o CA básico, o CA máximo, taxa de ocupação e gabaritos permitidos.
  • Considere outorga onerosa e incentivos: pode valer muito a pena para elevar o retorno do projeto.
  • Planeje afastamentos e áreas sociais: em cidades com normativas específicas (como Florianópolis), elementos como recuos ou áreas de fruição pública podem aumentar o CA.
  • Avalie o tipo de terreno: áreas com proteção ambiental podem receber Transferência de Direitos de Construir Verde (TDC-V), permitindo compensar áreas preservadas.
  • Antecipe custos e infraestrutura: em locais com outorga onerosa, consulte os valores por m² de terreno e índices usados no cálculo (ex.: coeficiente de planejamento varia entre 0,3 e 0,5).

 

Conclusão

Entender o potencial construtivo é essencial para:

  • Maxizar o retorno sobre o investimento;
  • Estar em conformidade com as regras municipais;
  • Aproveitar incentivos urbanísticos que permitem construções mais rentáveis;
  • Planejar projetos bem embasados, evitando riscos legais e estruturais.

No litoral de Santa Catarina, com seu mercado aquecido, incorporar a análise criteriosa de zoneamento e potenciais construtivos nos projetos é um diferencial competitivo tanto para arquitetos quanto para investidores.

 

CONHEÇA MAIS SOBRE A AUTORA DESTE POST:

Rosana Kaus

Arquiteta e Urbanista

Formada e atuante na área há mais de 10 anos.

Especialista em projetos arquitetônicos e regularização de imóveis.

Sócia no escritório de arquitetura Kaus_Copetti, uma empresa especializada em serviços de arquitetura, com foco na aprovação de projetos, regularização de imóveis, house flipping e estudo de viabilidade para empreendimentos.

@rosanakaus | @kaus_copetti

contato@kausecopetti.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress