Entenda o que são as real estate fintechs, mercado que quadruplicou no Brasil em cinco anos

Segundo dados da Terracotta Ventures, Brasil tem cerca de 200 startups que se enquadram no modelo

 

O mercado da construção civil é inegavelmente um dos mais representativos no Brasil, que soma junto do setor imobiliário cerca de 10% do PIB do país. São segmentos tradicionais da economia brasileira e que nos últimos anos passaram a se abrir mais para inovações que surgem paralelamente com o universo da tecnologia. Nesse cenário, uma das novidades que têm avançado no mercado são as real estate fintechs.

Segundo um mapeamento feito pela Terracotta Ventures, existem cerca de 200 startups que se enquadram no modelo no Brasil, um número que quadruplicou nos últimos cinco anos. Em 2023, esse mercado movimentou US$5 bilhões globalmente e ajudou a impulsionar inúmeros negócios na construção civil.

É importante diferenciar três modelos: existem as construtechs, que atuam com inovação no processo da construção, as proptechs, que são responsáveis por levar inovação para os processos de compra, venda e aluguel de imóveis, e as real estate fintechs, que unem soluções tecnológicas do mercado financeiro (das fintechs) voltadas para desafios específicos do mercado imobiliário.

“As real estate fintechs atuam em diversas etapas do ciclo de desenvolvimento imobiliário, desde a aquisição de terrenos ao financiamento da construção, criação de marketplaces para compra e venda de imóveis, plataformas de financiamento, entre outras soluções. Elas levam tecnologia e acessibilidade para o setor imobiliário”, destaca o CMO da real estate fintech Versi, Ricardo Porcher.

Entre as principais características na atuação das real estate fintechs, destacam-se as conexões entre tecnologia financeira e mercado imobiliário para uma série de desafios diferentes:

  • Digitalização de Processos: as real estate fintechs utilizam plataformas online para facilitar transações imobiliárias, desde a compra e venda até o financiamento e gestão de imóveis;
  • Uso de Big Data e Analytics: analisam grandes volumes de dados para fornecer insights sobre tendências de mercado, avaliação de propriedades e riscos financeiros;
  • Automatização: implementam tecnologias como inteligência artificial e automação de processos para aumentar a eficiência e reduzir custos operacionais.
  • Segurança: adotam medidas avançadas de segurança cibernética para proteger dados sensíveis e garantir transações seguras;
  • Acessibilidade: tornam produtos financeiros imobiliários mais acessíveis a um público mais amplo, democratizando o acesso a investimentos e financiamentos.

Falando especificamente de processos do mercado imobiliário, as real estate fintechs podem atuar com tecnologias como o financiamento coletivo para aquisição de terrenos identificados com o uso de big data e IA, controle automatizado de cronogramas de construção, análise de crédito instantânea em aplicativos de compra e venda de imóveis e até mesmo otimização na manutenção de imóveis com ferramentas capazes de prever necessidades de reparo.

No caso da Versi, a empresa atua na primeira etapa dos negócios, como uma solucionadora no financiamento de obras de incorporadoras do segmento popular, ligadas a programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida. Por meio de funding, a Versi possibilita o prosseguimento de obras até que as incorporadoras recebam os recursos da Caixa Econômica Federal. Atualmente, a empresa conta com aproximadamente R$150 milhões investidos em mais de 55 empreendimentos por todo Brasil, que somam 19 mil unidades residenciais em construção.

Com sede em Joinville (SC), a Versi faz parte do ecossistema de uma região que se destaca no Brasil nesse modelo de negócio. Segundo a Terracotta Ventures, os estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná lideram o ranking de empresas do segmento.

“Apesar do crescimento, o setor ainda enfrenta desafios como a regulação, a adaptação dos profissionais e a integração de novas tecnologias aos processos tradicionais. No entanto, as oportunidades são vastas. As real estate fintechs têm o potencial de impulsionar o mercado imobiliário e da construção civil, oferecendo soluções mais rápidas, seguras e acessíveis”, finaliza Porcher.

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