Quanto vale uma reforma? O impacto real da atualização de imóveis na avaliação de mercado

Muitos proprietários acreditam que reformar um imóvel é uma garantia de valorização. Trocar o piso, renovar os acabamentos, pintar as paredes e modernizar a cozinha são, sem dúvida, ações bem-vindas. Mas a pergunta que precisa ser feita é: qual o impacto real dessas melhorias na avaliação de mercado? Como perita avaliadora e arquiteta, posso afirmar que nem toda reforma gera um retorno financeiro proporcional ao investimento. Mais do que reformar, é preciso reformar com estratégia.

 

O que realmente influencia o valor de mercado

Na avaliação técnica de um imóvel, diversos fatores são levados em conta: localização, metragem, tipologia, infraestrutura da região, idade da construção, estado de conservação e padrão construtivo. Uma reforma pode elevar o padrão do imóvel, corrigir patologias e tornar o ambiente mais funcional e atrativo. No entanto, melhorias estéticas superficiais nem sempre aumentam o valor venal de forma significativa.

Avaliações feitas conforme as diretrizes da NBR 14.653 consideram elementos objetivos e comparáveis no mercado. Assim, por exemplo, um apartamento com revestimentos atualizados, mas localizado em um edifício antigo sem elevador ou área de lazer, pode ter valor inferior a outro com acabamentos mais simples, mas com infraestrutura de condomínio superior.

 

Reforma como estratégia de valorização

Para investidores, o segredo não está apenas em reformar, mas em saber o que reformar, como e até onde ir. Uma atualização inteligente pode resolver os pontos fracos do imóvel, destacar qualidades e alinhar o produto à demanda do mercado atual. Em muitas cidades, por exemplo, há uma preferência crescente por cozinhas integradas, banheiros com nichos, iluminação em LED embutida e materiais de fácil manutenção.

A grande vantagem está em enxergar a reforma como parte de um estudo de viabilidade. Isso inclui:

  • Avaliação técnica do potencial do imóvel;
  • Orçamento estratégico e cronograma enxuto;
  • Alinhamento com o público-alvo e a precificação de revenda.

 

Quando a reforma é um desperdício (sim, isso acontece)

É comum vermos reformas caríssimas que não se convertem em valor de mercado. Isso ocorre quando:

  • O custo da obra ultrapassa a média de preço por m² da região;
  • A escolha dos materiais não tem aderência com o perfil dos compradores potenciais;
  • A reforma compromete elementos estruturais ou resulta em desconformidade com normas (ex: excesso de sobrecarga em lajes);
  • Falta documentação técnica adequada para a legalização da reforma.

Nesses casos, o imóvel pode até ficar “bonito”, mas se torna difícil de comercializar e pode exigir concessões de preço na hora da venda.

 

Conclusão

Reforma vale a pena? Sim. Mas não qualquer reforma, nem de qualquer forma. O verdadeiro ganho está em planejar com base técnica e estratégica. Avaliar antes de executar é o que diferencia um investimento lucrativo de uma despesa frustrada.

Por isso, conte sempre com um profissional habilitado para avaliar tecnicamente o imóvel, calcular a viabilidade da reforma e direcionar suas escolhas para que cada centavo investido se converta em valor percebido pelo mercado.

 

CONHEÇA MAIS SOBRE A AUTORA DESTE DE POST:

Bruna Copetti

Arquiteta e Urbanista, pós-graduada e Especialista em Estudos de Viabilidades para Reformas e Empreendimentos Imobiliários.

Sócia no escritório de arquitetura Kaus_Copetti, uma empresa especializada em serviços de arquitetura, com foco na aprovação de projetos, regularização de imóveis, house flipping e estudo de viabilidade para empreendimentos.

@arq.brunacopetti | @kaus_copetti

contato@kausecopetti.com.br

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