Por muitos anos, quem vivia de renda informal tinha quase certeza de que nunca conseguiria financiar um imóvel. Mas os tempos mudaram e o mercado de crédito também. Hoje, mesmo sem carteira assinada, é totalmente possível comprovar renda, aprovar crédito e conquistar o imóvel próprio, desde que você saiba como apresentar seu perfil de forma sólida.
Se você é autônomo, informal, MEI ou trabalha por conta própria, esse artigo é para você.
Bancos são instituições que analisam risco. Quando a renda vem de um contracheque ou carteira assinada, há uma percepção de maior estabilidade. Já no caso da renda informal, o banco precisa de outros indicadores para comprovar a capacidade de pagamento do cliente.
Mas “difícil” não significa “impossível” e com o preparo certo, você pode mostrar ao banco que é um ótimo candidato para crédito.
A grande chave aqui é organização financeira. Veja as principais formas aceitas pelas instituições:
🟢 Extrato bancário (pessoa física ou jurídica)
Apresentar os últimos 3 a 6 meses com entradas frequentes e coerentes com o valor do imóvel desejado.
Dica: quanto mais regular e crescente for a movimentação, melhor. Evite depósitos em dinheiro sem origem identificável.
🟡 Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF)
Se você declara IR, use-o como base. Ele é um documento oficial e tem muito peso na análise de crédito.
🔵 DECORE (Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos)
Emitido por um contador, é aceito por quase todos os bancos. Ideal para MEI, autônomos e profissionais liberais.
Atenção: o banco pode pedir comprovação cruzada com extrato ou IR.
🟣 Recibos de prestação de serviço + PIX com identificação
Com a popularização do PIX, muitos bancos passaram a aceitar comprovantes de pagamento identificados, desde que constantes e organizados.
🔴 Faturamento da empresa (para MEI ou PJ)
Se você tem CNPJ, o faturamento da sua empresa pode ser usado. Basta apresentar extratos bancários, notas fiscais e declaração de faturamento.
Em geral, a Caixa Econômica Federal é o banco com maior flexibilidade para perfis com renda informal, especialmente dentro do programa Minha Casa Minha Vida.
Outros bancos privados (como Itaú, Bradesco e Santander) também analisam renda informal, mas costumam ser mais criteriosos. Por isso, contar com o apoio de um correspondente bancário especializado pode facilitar e muito o processo.
1) Centralize suas movimentações bancárias: evite dividir o dinheiro entre várias contas. Use uma única conta para concentrar os recebimentos.
2) Evite depósitos em espécie: prefira transferências com identificação.
3) Organize seus documentos: mantenha extratos, recibos, contratos e declarações prontos.
4) Não tente “inflar” a renda artificialmente: os bancos fazem cruzamentos de dados. Mantenha tudo dentro da realidade.
5) Busque ajuda especializada: um correspondente bancário pode te indicar o banco mais compatível com seu perfil.
Se você trabalha por conta própria ou tem renda informal, não desanime. O mercado imobiliário está cada vez mais preparado para lidar com realidades diferentes — e você pode, sim, conquistar o seu financiamento. O segredo está na organização, transparência e estratégia.
Com o suporte certo, a chave do seu imóvel pode estar mais perto do que você imagina.
Empresario e Corretor de imóveis a 25 anos, correspondente bancário a 19 anos
Especialista em Bancos Privados
Profissional certificado
Especialista em análise de crédito