Por Flávia Pinheiros — Mediadora, Administradora de imóveis e Especialista em Gestão Contratual com IA para o mercado imobiliário.
“Flávia, todo mundo fala em holding familiar, mas isso serve para mim?”
Essa pergunta chegou ao meu escritório 47 vezes só neste ano. Com o boom de “gurus” vendendo holding como solução mágica, muita gente está sendo iludida.
Vou ser direta: não acreditem em quem vende holding como receita única. É golpe.
Cuidado com os Vendedores de Ilusão
O mercado está infestado de “especialistas” prometendo “economia de 90% em impostos” e “blindagem total do patrimônio” para qualquer situação.
Na semana passada, atendi um aposentado que gastou R$ 25 mil para estruturar uma holding para um único apartamento de R$ 800 mil. Os custos anuais superam qualquer benefício. Agora ele quer desfazer tudo.
Holding familiar é ferramenta séria que exige análise criteriosa, não fórmula pronta.
O Que É Uma Holding (Sem Fantasia)
Simplificando: é uma empresa criada para ser dona dos seus imóveis.
Ao invés de você ser proprietário direto de 5 apartamentos, você cria uma empresa que possui esses apartamentos, e você vira sócio da empresa.
Quando você morrer, seus herdeiros herdarão quotas societárias – processo mais simples que inventário tradicional.
Mas não é mágica. É estrutura empresarial que exige manutenção, custos e disciplina.
Quando Realmente Faz Sentido
Através da análise de mais de 80 casos, identifiquei critérios objetivos:
As vantagens reais
Sucessão Mais Simples: Elimina inventário dos imóveis. Reduz tempo de sucessão de anos para meses.
Economia de Impostos: Tributação entre 6,73% e 11,33% sobre aluguéis, versus até 27,5% da pessoa física.
Proteção Patrimonial: Imóveis ficam blindados de dívidas pessoais dos sócios.
Quando NÃO Estruturar
Os custos reais
Holding não é grátis. Os custos variam conforme a complexidade da estrutura e número de imóveis.
Recomendo sempre iniciar com diagnóstico patrimonial completo – catalogação dos imóveis, documentação atualizada e estudo de viabilidade específico.
Para patrimônio menor, os custos podem superar os benefícios. Por isso a análise prévia é fundamental.
Como Começar
Primeiro: Organize documentos e faça as contas. Vale a pena?
Segundo: Escolha o regime tributário adequado.
Terceiro: Defina participações societárias da família.
Quarto: Transfira imóveis gradualmente.
Quinto: Estabeleça regras claras de funcionamento.
O Momento Certo
Com o envelhecimento populacional brasileiro e mercado imobiliário aquecido (crescimento de 20,9% em vendas em 2024), estruturar uma holding aos 65-70 anos permite consolidar a estratégia antes da sucessão efetiva.
Holding é estratégia de médio prazo, não solução de emergência.
Conclusão: Análise Individual é Fundamental
Holding familiar é ferramenta poderosa quando bem estruturada para a situação adequada. Quando vendida como “receita de bolo”, vira fonte de prejuízos.
Meu conselho: fujam de promessas milagrosas. A pergunta não é se holding é boa ou ruim. A pergunta é: para SUA situação específica, ela faz sentido?
Só análise séria e individualizada pode responder isso. Não existe fórmula mágica.
Quem vê resultados, nem sempre conhece a história.
Sou Flávia Pinheiros Costa, formada em Direito há 23 anos. Pós-graduada em Direito Imobiliário, Sistêmico, Contratual, Canônico e de Família. Atualmente, curso Inteligência Artificial para Advogados e sou mestranda em Mediação de Conflitos.
Mas o que realmente me move são pessoas.
Escutar histórias.
Ajudar a construir acordos.
Trazer clareza onde antes havia conflito.
E fazer do Direito uma ponte — não um muro.
Minha trajetória é marcada pela escuta ativa, pela conexão humana e pela busca constante por soluções que respeitem a lei e as relações.
Atuo como:
E, acima de tudo, sou alguém que acredita que ética, escuta e evolução diária são inegociáveis.
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