Quatro em cada cinco imobiliárias no Estado de São Paulo ainda operam de forma analógica, um reflexo do grande desafio da digitalização no mercado imobiliário local. Esse cenário, marcado por processos manuais e baixa automação, resulta em ineficiência e atrasos para o setor. O dado de que 80% dos estabelecimentos que operam com venda e locação de imóveis com base em processos ultrapassados faz parte de um novo levantamento do Instituto DataEpar.
Segundo o estudo, a atual configuração do setor imobiliário é consequência de um mercado fragmentado, dominado por empresas de pequeno e médio porte. Com atuação focada em bairros e uma longa trajetória — entre 25 e 60 anos —, essas imobiliárias são frequentemente geridas por equipes com baixa adesão a novas ferramentas digitais. Essa aversão à tecnologia é explicada por três fatores principais: a resistência à mudança, a preferência por um modelo de negócio focado em relacionamentos pessoais e o desconhecimento sobre inovações tecnológicas.
De acordo com o levantamento, esta situação de operação manual, em um mercado que movimenta anualmente negócios na ordem de R$ 350 bilhões, resulta em menor eficiência operacional e maiores riscos para as companhias do ramo.
Inteligência artificial é aposta para modernizar setor
Para reverter este quadro, a Aluu, plataforma lançada em Belo Horizonte (MG) e especializada na gestão de locação de imóveis, acaba de implementar o uso de Inteligência Artificial (IA) para automatizar tarefas administrativas, como a análise e o gerenciamento de contratos. Para as imobiliárias paulistas, a iniciativa representa um ganho de eficiência e maior segurança de dados, liberando as equipes de processos repetitivos.
A colaboração foi estruturada junto à Amazon Web Services (AWS), que oferece a conexão técnica e estratégica para a ativação do sistema. Segundo o fundador e presidente da Aluu, Eduardo Luiz, o objetivo é reduzir o tempo gasto com tarefas administrativas e permitir que os profissionais do ramo imobiliário foquem na prospecção de clientes e no fechamento de novos negócios.
“Identificamos um setor de enorme potencial, mas que ainda opera com processos de décadas passadas. Nossa meta é entregar tecnologia que resolva dores reais. Esta parceria com a AWS nos dá a robustez e a inteligência necessárias para não apenas otimizar, mas redefinir a gestão de aluguéis no país, entregando eficiência e segurança em uma escala sem precedentes”, elenca o empresário.
O executivo ainda acrescenta: “Vemos um grande potencial de transformação digital no segmento imobiliário e estamos satisfeitos em fornecer a base tecnológica para este avanço”.
A Aluu, que opera no modelo de software como serviço (SaaS), oferece também um serviço de BPO (Business Process Outsourcing), no qual assume a gestão completa dos contratos de locação. Com a nova estrutura tecnológica, a empresa espera acelerar sua expansão e consolidar seu posicionamento como uma das principais proptechs focadas no setor.