É difícil de acreditar, mas é verdade! No ano 1800, início do século XIX, uma mulher conseguiu ingressar e permanecer no exército brasileiro. Mais do que isso! Ela transformou-se em heroína na luta pela nossa independência. Baiana do interior, ela perdeu a mãe aos dez anos e teve de assumir o seu lugar, cuidando dos seus dois irmãos. Excelente amazona, desde criança aprendeu a montar e manejar armas de fogo. No exército, chegou a ser condecorada com a “Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul”. Maria Quitéria viveu entre 1792 e 1853.
Em 1822, sabendo do movimento pela independência do Brasil, sem interesse pela escola, decidiu que se alistaria no exército. Não obteve a autorização do pai, mas não desistiu. Com a ajuda da irmã e do cunhado, adotou um nome falso, de homem, cortou o cabelo e vestiu roupas masculinas. Com nova estampa e novo nome, alistou-se como “voluntário”. Quando o pai descobriu a farsa, tentou resgatá-la, mas o major comandante do seu batalhão não permitiu. O comportamento exemplar da moça influenciava positivamente os demais soldados.
Todavia, a pedido do pai, Maria Quitéria transferiu-se para o batalhão de infantaria “Voluntários do Príncipe Dom Pedro”, onde manipularia um fuzil – e não um canhão – que era bem mais apropriado a uma mulher. Descoberta e, mesmo assim, aceita pelo exército, acrescentou uma saia sobre o uniforme de soldado e seguiu para os combates. Participou da defesa da Ilha da Maré, da Barra do Paraguaçu, da Pituba e de Itapuã. Ninguém acreditava que aquele valente soldado, que diariamente arriscava sua vida pela pátria, fosse uma mulher. Era!
Como recompensa pela bravura, em 2 de março de 1823, Maria Quitéria foi elevada à condição de cadete. Exatos quatro meses depois, derrotados os portugueses, entrava na cidade de Salvador o “Exército Pacificador”. A mulher-soldado marchava com seu batalhão, homenageada pelo povo. Em agosto do mesmo ano, no Palácio de São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro, a heroína foi condecorada pelo próprio Imperador. Reformada como alferes, retornou à Bahia com uma carta de D. Pedro I, pedindo ao pai que a perdoasse pela desobediência.
Maria Quitéria é exemplo de determinação e perseverança a ser seguido por todas as mulheres brasileiras. Parafraseando Geraldo Vandré, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. A profissão de corretor de imóveis no Brasil, segundo nossa VP de Integração Feminina, Márcia de Sá, nasceu masculina. As mulheres foram prejudicadas pelo preconceito e pela dupla jornada (dona de casa e profissional). Mas nem por isso desistiram! Aos 60 anos de profissão legal, cerca de 35% dos inscritos no Sistema Cofeci-Creci é de mulheres corretoras.
Já registramos como conselheiras efetivas: Fátima Sobral/SE (2013/2018); Sandra Camargo/RS (2016/2018) e Edneide Carvalho/PE (2019/2021). Na atual gestão, temos: Márcia de Sá/CE, Mônica Levita/SE, Ione Malta/AL, Valdelene Melo/RO e Marlene Assunção/PA; esta, também presidente do Creci/PA, e Nilcineia (Néia) Norberto/TO, presidente do Creci/TO. Como conselheiras suplentes temos: Mª Luiza Carneiro/PA, Maísa Vieira/AM, Márcia Cunha/MT, Marlete Martins e Vera Lúcia Hacebe/MA. Oito de março é o dia das mulheres. Parabéns!