Nos últimos dias, recebi três contatos diferentes sobre o mesmo assunto. Uma cliente me ligou preocupada: “Flávia, recebi comunicado do cartório falando sobre CIB. O que é isso?”. Um corretor parceiro perguntou: “Como vou explicar isso para meus clientes?”. E uma gestora de imobiliária foi direta: “Preciso orientar minha equipe, o que devo dizer?”.
Essas três falas mostram a realidade: o Cadastro Imobiliário Brasileiro (CIB) está chegando e ainda causa insegurança. E, justamente por isso, precisamos falar de forma simples.
O CIB é um código único, válido em todo o território nacional, que identifica cada imóvel registrado no Brasil. Pense nele como o “CPF do imóvel”.
Até hoje, cada cartório guardava suas informações de forma isolada. Agora, todos passam a se conectar em uma base nacional. Isso traz histórico completo do bem, mais agilidade nos processos e um ganho enorme em segurança jurídica.
O CIB nasceu da Lei Complementar nº 214/2025, com o objetivo de unificar os registros imobiliários, reduzir fraudes e dar mais transparência às transações. Quem atua no mercado sabe como isso é necessário. Não são raros os casos de imóveis “perdidos” entre cartórios, inventários parados por registros dispersos ou disputas familiares sem clareza documental.
O cronograma já está em andamento: entre outubro e novembro de 2025 começa a implantação gradual, e em janeiro de 2026 o código passa a ser obrigatório em documentos.
Para famílias, o CIB traz menos burocracia e mais transparência. Quem tem muitos imóveis pode aproveitar o momento para organizar documentos e alinhar expectativas sobre o futuro do patrimônio.
Para corretores, é a chance de se diferenciar. Clientes vão procurar respostas, e quem souber explicar de forma clara vai se destacar como consultor confiável. Além disso, as consultas de imóveis serão mais rápidas, completas e seguras, o que facilita cada negociação.
Para gestores de imobiliária, o desafio é preparar equipes e rever processos. Isso significa treinar corretores, adaptar fluxos internos e comunicar clientes de forma proativa. A mudança é inevitável — e os gestores que se anteciparem vão sair na frente.
Organizar escrituras, certidões e contratos é um bom começo para todos. Corretores podem criar materiais simples de orientação para seus clientes. Gestores podem promover treinamentos rápidos, revisando casos reais e preparando a equipe para as dúvidas que já começaram a chegar.
E é importante deixar claro: o CIB não tem relação com aumento de impostos. Trata-se de organização e transparência, não de tributação.
O CIB vai mudar o dia a dia do mercado, mas quem se preparar transforma isso em oportunidade. Corretores podem assumir o papel de educadores dos clientes, gestores podem usar a mudança para modernizar operações e famílias ganham clareza sobre o patrimônio.
Em resumo: o CIB vai acontecer independente da nossa vontade. O que diferencia cada profissional e cada família é a forma como vão lidar com ele. Estar preparado pode ser a diferença entre liderar a mudança ou ser surpreendido por ela.
Quem vê resultados, nem sempre conhece a história.
Sou Flávia Pinheiros Costa, formada em Direito há 23 anos. Pós-graduada em Direito Imobiliário, Sistêmico, Contratual, Canônico e de Família. Atualmente, curso Inteligência Artificial para Advogados e sou mestranda em Mediação de Conflitos.
Mas o que realmente me move são pessoas.
Escutar histórias.
Ajudar a construir acordos.
Trazer clareza onde antes havia conflito.
E fazer do Direito uma ponte — não um muro.
Minha trajetória é marcada pela escuta ativa, pela conexão humana e pela busca constante por soluções que respeitem a lei e as relações.
Atuo como:
E, acima de tudo, sou alguém que acredita que ética, escuta e evolução diária são inegociáveis.
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