Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2019, mais da metade da população ativa no mercado de trabalho é representada por mulheres, totalizadas em mais de 140 milhões, número que se aproxima a 43% da representatividade total.
Elas já dominam diversas áreas como o da construção civil, educação, segurança, política e não podemos deixar de lado o mercado imobiliário. Estima-se que para o ano de 2021, o número de mulheres em cargos de liderança suba para 50%, de acordo com pesquisa realizada pela empresa de consultoria e liderança, ZRG Brasil.
O cenário nem sempre foi assim. Muitas mulheres se viram obrigadas a assumir os papéis de chefes de família no pós-guerra (I e da II Guerra Mundial) já que seus maridos muitas vezes não retornavam.
Ambiciosas, elas almejavam melhoras contínuas em suas vidas e para suas famílias. Buscaram se profissionalizar para alcançar sua independência financeira e emocional. Atuavam em diversas funções substituindo muitas vezes o papel até então masculino no mercado de trabalho, em escritórios, fábricas, escolas, hospitais e até mesmo atrás dos volantes, o que na época não era permitido.
No mercado imobiliário, não foi diferente. As mulheres eram proibidas de exercer seu ofício de corretora de imóveis até o ano de 1958, quando por decisão do Tribunal de Justiça houve a mudança do artigo 37 da Lei nº 556 do Código Comercial Brasileiro, regularizando assim a profissão entre o público feminino.
Segundo dados do Cofeci-Creci (Conselho Federal dos Corretores de Imóveis) nos últimos dez anos, a participação feminina no mercado imobiliário aumentou em 144%. Cerca de 34% do mercado imobiliário é representado por mulheres. Já no estado do Espírito Santo, os números também têm crescido, sendo 25% dos corretores representadas por mulheres.
Mulheres como Marly da Silveira Ferreira e Marilza Martins foram pioneiras e obtiveram grande destaque nesse setor. Marilza sendo uma das primeiras a empreender no mercado de imóveis exclusivos em Vila Velha/ES, isso no ano de 1976. E recentemente, no ano de 2013, Marly da Silveira sendo a primeira mulher a assumir a presidência do Sindicato dos Corretores do Rio de Janeiro.
Sensíveis, cuidadosas, adaptáveis e com bastante “jogo de cintura” na resolução de conflitos. Essas são algumas das características que fazem com mulheres tenham destaque enquanto profissionais de vendas. De acordo com o professor de MBA da Fundação Getúlio Vargas, Claudio Tomanini, as mulheres tendem a ser mais eficazes no exercício da função. Ele afirma que por possuírem características naturais, como o instinto materno e atenção extra aos detalhes, as mulheres acabam por promover soluções práticas e eficientes para os clientes em suas negociações.
Ser multitarefa é outro atributo inerente ao público feminino, cuja habilidade de fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo impressiona. Outro traço marcante é a facilidade na comunicação, por serem naturalmente mais comunicativas, as mulheres tem maior facilidade na construção de um excelente networking. Até mesmo ao lidarem com os diferentes perfis de clientes as mulheres se mostram mais flexíveis.
A resiliência e constância são regras importantes ao entrar no mercado imobiliário. É preciso estar em constante movimento e aprendizado, tendo em mente que as mulheres têm grande influência no meio em que estão inseridas.