Horizontes de Inovação são um framework desenvolvido pela McKinsey&Company, a partir de uma pesquisa com empresas de 10 segmentos diferentes, que visa ajudar as empresas a crescer de modo contínuo ao longo do seu ciclo de vida – em vez de estagnar por falta de inovação.
A preocupação com o crescimento contínuo é algo que tem tirado o sono de gestores de pequenas a grandes corporações em nível mundial. O problema não está apenas em garantir o crescimento, mas sim sustentar a continuidade desse difícil e inovador processo.
Pensando em dar aos gestores e executivos do mundo todo um motivo a mais para resgatarem suas merecidas noites de sono, a McKinsey&Company criou as três dimensões que o gestor deve ter em mente para promover o crescimento do negócio de maneira consistente ao longo do tempo.
HORIZONTE 1: CORE BUSINESS
O Horizonte 1 é baseado em práticas que funcionaram por um longo tempo e que possuem histórico comprovado, com base em experiência do passado.
Nesse horizonte, a preocupação é com a atividade principal da empresa, a principal responsável por criar fluxo de caixa e lucro. O objetivo deve ser obter o máximo de aproveitamento desse produto ou serviço, investindo em melhoria. Para isso, a inovação é voltada a aumentar a eficiência. Outro aspecto relevante é que os investimentos realizados no âmbito desse horizonte, de maneira geral, geram retorno no mesmo ano.
HORIZONTE 2: NOVOS NEGÓCIOS EMERGENTES
Nesse horizonte, a preocupação é explorar novas oportunidades de negócios, mas que sejam uma extensão direta do negócio atual; por exemplo, lançar um novo produto ou expandir para um novo mercado.
A inovação nesse horizonte não é muito arriscada, porque parte de algo que a empresa já faz, já conhece, e desenvolve a partir disso. O investimento nesse horizonte tende a ser alto, pois a promessa de retorno também é.
Criada pela Amazon, empresa que incialmente vendia livros online, a plataforma de serviços de computação em nuvem – Amazon Web Services (AWS) – é um excelente exemplo de exploração desse horizonte.
Com um modelo de negócios de atuação 100% online, a empresa precisou investir muito no Horizonte 1 e tornar-se uma especialista em gerenciamento e de servidores com alta flexibilidade garantiu a sobrevivência do seu negócio.
O resultado de todo esse investimento foi a exploração do Horizonte 2, quando de fato a empresa transformou essa experiência bem lapidada em um serviço de alta escalabilidade. Deu para perceber como os horizontes estão conectados, né?
HORIZONTE 3: EXPERIMENTAÇÃO
Nesse horizonte, a empresa trabalha com hipóteses. São ideias que precisam ser testadas e validadas, e não há uma previsão concreta de resultado. Nesse horizonte, o investimento deve ser voltado a viabilizar a experimentações, apenas. Os projetos poderão receber mais recursos depois que forem validados.
Um exemplo que caracteriza muito bem o Horizonte 3 é da provedora de filmes mundial via streaming, Netflix, que inovou produzindo suas próprias séries originais. O primeiro teste da empresa global com a criação de conteúdo foi em 2013, dando à luz a série House of Cards. A ideia demonstrou potencial e, em 2018, a empresa lançou mais de 1.500 horas de filmes e séries originais.
Afinal de contas, conhecer esse framework, essa maneira de pensar na inovação, faz alguma diferença? Sem dúvida!
Os horizontes de inovação permitem ver a inovação sob diferentes perspectivas e avaliar a contribuição que cada uma delas traz para o progresso. O simples fato de facilitar a discussão em torno da inovação já é um benefício concreto desse framework.
É importante entender que essa classificação não implica em que uma inovação seja “melhor” do que outra. Pelo contrário: para enfrentar os desafios colocados pelo mundo atual e pelo futuro, todos os horizontes devem ser levados em consideração na tomada de decisões inteligentes. Empresas de sucesso, como Amazon, Apple, Google, Facebook, Nvidia, buscam inovar nos três horizontes.