Contra todas as expectativas, alguns setores da economia não só têm sobrevivido, mas têm crescido durante a pandemia do coronavírus. Claro que a maioria faz parte dos segmentos chamados de essenciais. Entretanto vários deles que estão fora desse eixo vão muito bem, obrigado, como a tecnologia da informação e os deliveres, por exemplo. A boa novidade está no mercado imobiliário. Embora trabalhando com produtos de altos valores, pressuposto de sérias dificuldades em tempos de desemprego em alta, foi reativado pela resiliência de seus agentes, Corretores e Imobiliárias.
Para o Sistema Cofeci-Creci não houve surpresa. Sempre acreditamos na continuidade das vendas, porque sabemos do potencial de inovação e superação de nossos profissionais e empresários. O isolamento social forçou, e o mercado respondeu. Atualmente, quase a totalidade das vendas imobiliárias são realizadas com apoio da internet, com pouquíssima interação presencial. Corretores e Imobiliárias não perderam o elã. Foram à luta e se atualizaram. Hoje, utilizam-se de toda a gama de produtos tecnológicos disponível no mercado.
No início do isolamento social compulsório, de fato, houve abrupta queda nas vendas. Mais em decorrência da brusca interrupção do modus vivendi latino-americano (olho no olho, abraços, apertos de mão) do que de fatores econômicos. No entanto, passado o solavanco, a rápida e surpreendente absorção da nova realidade reascendeu o mercado. O índice FipeZap informa crescimento nas vendas de 0,18% em março, 0,20% em abril e 0,23% em maio. Ótima notícia! A indústria imobiliária também evoluiu e está pronta para o “novo amanhã”.
Os fatores econômicos têm contribuído. A SELIC, a 2,25%, o menor índice desde sua instituição, tem derrubado as taxas bancárias. Recentemente, o Banco Santander, que praticava juros imobiliários de 7,3% ao ano, anunciou rebaixa para 6,99%, com seis meses de carência. Outros o seguirão. A Caixa já pratica crédito de até 30 anos com prestações fixas. O governo federal não tem medido esforços para prover empresas e profissionais de meios financeiros que lhes permita serena retomada das atividades.
A questão é saber quando o vírus será definitivamente derrotado. Mas a imprensa internacional já anunciou que a vacina está quase pronta. Logo estará disponível para o mundo. O desemprego ainda preocupa. Mas é preciso lembrar que o mercado de trabalho, mais tecnológico, demandará mão de obra mais qualificada, disponível justamente na classe média, que é a maior compradora de imóveis. Infelizmente, a população mais afetada é a de baixa renda, que dependerá de subsídios.
As palavras de ordem são adaptação e tecnologia. As vendas remotas vieram para ficar. E o home office também. A prática mostrou que eles podem ser até mais eficientes e baratos do que o trabalho presencial. Isso implica renovação não apenas na forma de negociar, mas também na de viver. Casas e apartamentos, que antes se minimizavam, agora terão de ter espaço reservado para o trabalho, separado da interferência familiar. Provavelmente, haverá significativo afastamento das aglomerações urbanas.