Não basta QUERER, tem que FAZER por onde.
Em setembro de 2022 fui convidado pelo CV CRM – Construtor de Vendas a participar de um painel sobre dados e inovação no evento Construsummit, organizado pelo CV e parceria com a Sienge na cidade de Florianópolis. Sabemos o quanto nosso setor de construção civil tem buscado inovar e mudar a maneira como pensa seu modelo de negócios, porém, ainda estamos muito atrasados quando o assunto é tecnologia e assim nossas empresas construtoras e incorporadoras praticam o mais do mesmo.
Entre tantos painéis, palestras, mesa de debates e conteúdos diversos ali oferecidos por todos que passaram pelos dois de evento, uma palestra em específico me chamou a atenção, foi a exposição da Deloitte que trouxe números muito relevantes em sua pesquisa de percepção e uso de tecnologias.
Das tecnologias disponíveis, algumas análises e observações podem ser feitas ao observar o impacto da tech e a preocupação com a entrega de produtos mais humanos, sustentáveis, inteligentes e de tempo encurtado. Para 55% dos respondentes da pesquisa Materiais Inovadores são o principal ponto de adoção tech, seguido de metodologia BIM com 54%, Construção Modular com 49% (a Molegolar do meu amigo Saulo Suassuna Filho é destaque nisso), Analytics&BigData com 48% das respostas e por fim Materiais Sustentáveis com 47%.
Preocupação é uma coisa, adoção e uso é outra. Ainda esbarramos na falta de processos e gestão, pois quando falamos de tech implantadas, para 49% dos entrevistas ERP foi o ponto mais preocupante e importante seguido de Dispositivos Móveis (37%), BIM (36%), Materiais Sustentavéis (33%) e Materiais Inovadores (26%). A preocupação agora é organizar a casa e gerar valor ao cliente, informação e produto andam juntos agora.
Por fim, existe o objeto de desejo e muitos disseram que se ORÇAMENTO não fosse um penalti a primeira coisa que buscariam era Inteligência Artificial (56%) para seu modelo de negócio, Analytics&BigData para conhecer o mercado de atuação, teríamos produtos mais inteligentes e IoT se faz presente junto com Materiais Inovadores (34%), os Rôbos e RV (32) que melhoram o atendimento ao cliente e quem sabe Impressão 3D (30) para confecção de produtos em escala e menor metragem.
Temos ainda um longo caminho a percorrer para que empresas do setor entendam que inovação não é custo, inovação é parte de uma mudança exigida para que permaneçam no mercado e sejam relevantes. Este longo caminho começa já com a analises destes números e as profundas conclusões que podemos tirar para o curto e médio prazo. Sim, teremos uma construção civil diferente na próxima década e a tecnologia será o ponto de inflexão da curva, quem estiver pronto pode gerar valor, quem não estiver pronto seu caminho será ainda mais longo.
Biz Dev na Arbo, co-founder do Proptalks.
Startup Mentor, Advisor e executivo de mercado imobiliário.
No mercado imobiliário atua com inovação, tecnologia e marketing.
Entusiasta do ecossistema de proptechs, é reconhecido hoje como um dos grandes nomes para o desenvolvimento de tecnologia no mercado imobiliário, sendo convidado para diversos eventos e desenvolvimento de projetos no Brasil, EUA, Portugal, Uruguai e Chile.