Como você tem aprendido as coisas?

Estudo revela as diferentes curvas de aprendizado e surpreende

 

Desde que somos bebês, nosso cérebro está em constante aprendizado, como um computador novo, mas neste caso, funcionando apenas como algumas programações básicas de sobrevivência.

Com o passar do tempo, novas conexões neurais são criadas e desenvolvemos a audição, o equilíbrio (sim, estão diretamente ligadas), a visão, o tato e por último o paladar e nossa habilidade de articular palavras.

Nesse momento, iniciamos nossa jornada nas escolas, aprendendo as vogais, os números e as palavras.

Mas será que esta forma de aprendizado convencional é efetiva?

William Glasser, um psiquiatra norte-americano, criou um modelo, que até hoje tem sido discutido sobre os níveis de aprendizagem.

 

William Glasser

Nascido em 1925, em Cleveland, Ohio, iniciou seus estudos em engenharia química, contudo sua vocação era outra e decidiu em 1946 mudar de carreira e de área de estudo, iniciando o curso de psicologia na faculdade de Case Western.

A área fez com que William se apaixonasse e conquistou seu mestrado anos mais tarde, seguindo para um doutorado e residência em psiquiatria, onde obteve seu certificado de medicina em 1961.

Mas porquê preciso conhecer a história deste médico?

A sua experiência, vivência e estudos foram de grande valia quando o assunto é aprendizado, sendo uma das referências mundiais no tema.

Suas teorias mudariam a forma como enxergamos o processo educacional até os dias de hoje. Em sua publicação Teorias da Escolha, Glasser afirmava que não existe desinteresse no aprendizado, muito pelo contrário. Todos gostam de aprender, contudo o interesse pelo aprendizado precisa suprir cinco necessidades básicas, como: sobrevivência, pertencimento ao grupo, liberdade, poder e diversão.

William ainda defendeu que o pertencimento é o mais forte de todas as necessidades e talvez por isso as escolas até os dias de hoje determinam o uso de uniforme, gerando um equilíbrio ambiental e claro, nutrindo essa importante necessidade humana.

Por outro lado, o desinteresse é uma resposta subjetiva em aversão ao tédio, muitas vezes provenientes de uma didática errada ou ausência de estímulos como criatividade e diversão.

Foi então que o psiquiatra desenvolveu uma pirâmide de aprendizado, sendo um importante balizador para o aprendizado em todas as áreas, principalmente no ambiente corporativo.

 

A Pirâmide de Aprendizagem

Conhecida como abordagem pedagógica, a pirâmide dispõe de níveis de absorção dos conteúdos de acordo com o tipo de estímulo e interação do aprendiz.

Como defensor da ideia de que todo ser humano está apto a aprender através de canais intrínseco e sua motivação individual, vale ressaltar que mesmo em casos clínicos de demência, o cérebro pode ser estimulado graças à sua plasticidade cerebral, conteúdo que já falamos aqui no blog.

Com base nisso, a proposta da Pirâmide da Aprendizagem evidencia que a aprendizagem não está fechada à canais mecânicos de memorização, como a repetição, por exemplo, mas a forma como o indivíduo se relaciona com o ato de aprender.

Quanto mais ativo for essa relação, maior a integração e consequentemente o aprendizado e assimilação.

O psiquiatra trouxe mudanças significativas no paradigma do ensino, onde integra-se o processo expositivo com práticas em diversos níveis a fim de construir o conhecimento.

Não é à toa que inúmeras escolas selecionam diariamente alunos para dar suporte aos seus colegas em sala de aula, gerando uma integração com o processo.

 

Entendendo os níveis de aprendizado

Como o próprio nome sugere, a pirâmide é uma representação gráfica que demonstra a porcentagem de retenção de conteúdo de acordo com o tipo de integração feita entre o aprendiz e o conteúdo.

10% do conteúdo é aprendido quando lemos;

20% do conteúdo é assimilado quando escutamos;

30% é aprendido quando assistimos/observamos algo;

50% é assimilado quando combinamos escuta e observação;

70% é aprendido quando discutimos, conversamos, perguntamos e debatemos o tema;

95% do conhecimento é aprendido quando temos que ensinar alguém, explicando, resumindo, definindo e estruturando o conhecimento;

Anos mais tarde tiveram novas teorias criadas no em torno das afirmações de Grasser, algumas controvérsias, entretanto, entender o processo de aprendizado, pode ajudar tanto no nível acadêmico, quanto no corporativo, permitindo à líderes e gestores, desenvolverem formas de atuação colaborativa quando quiser implementar um novo processo ou técnica, ao invés de apenas apresentar um pdf ou sugerir a leitura de algum material.

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