A Flórida ultrapassou US$ 1,7 trilhão de PIB e assumiu a posição de 15ª maior economia do mundo, segundo a Florida Chamber Foundation. O estado já supera países como Espanha e se aproxima da Austrália, consolidando-se como um dos polos econômicos mais dinâmicos do planeta.
Para Lucio Santana — empreendedor, especialista no mercado americano e mentor de brasileiros que desejam investir ou abrir negócios nos EUA — o avanço da economia tem impacto direto no setor imobiliário, especialmente para quem constrói, desenvolve e financia projetos no estado.
Vivendo na Flórida desde 1998, o mentor acumula uma trajetória que começou como entregador, pintor e vendedor, até se tornar referência à frente da “Jornada do Empreendedor Imparável”, programa que já apoiou centenas de brasileiros.
Segundo ele, antes de olhar para o número, é preciso entender o que ele representa na prática.
“Quando a gente olha para os números divulgados pela Florida Chamber Foundation, falando de um PIB acima de 1,7 trilhão de dólares e da Flórida como a 15ª maior economia do mundo, é importante traduzir isso para a realidade de quem constrói, desenvolve e financia imóveis aqui no estado”, afirmou.
O especialista destaca que a dimensão econômica do estado revela estabilidade e profundidade de mercado.
“Na prática, estamos dizendo que a Flórida já é maior do que países inteiros, superou a economia da Espanha e está a poucos bilhões da Austrália. Isso significa um mercado com profundidade, diversidade de setores e, principalmente, uma capacidade enorme de gerar demanda estável por habitação, infraestrutura, comércio, logística e indústria”, completou.
Para o mentor, esse cenário impacta de maneira decisiva quem atua no ramo da construção.
“Para quem é do setor de construção, isso não é só um dado bonito, é uma confirmação de que estamos construindo em um dos motores econômicos do planeta”, afirmou.
O empresário também chama atenção para a consistência dos indicadores.
“A Flórida não cresceu por acaso. O estado lidera a criação de novos negócios e startups, está entre os top 3 dos Estados Unidos em ambiente de negócios, tem a economia estadual mais dinâmica do país, o melhor sistema de ensino superior, é número 1 em crescimento de empregos na indústria e lidera em migração de renda e de empresas”, explicou.
De acordo com ele, os reflexos são sentidos diariamente no mercado.
“Do nosso lado, na Royal Mortgage USA, nós sentimos isso na ponta todos os dias. Vemos investidores estrangeiros, famílias que estão saindo de outros estados para a Flórida, empresários abrindo empresas e precisando de galpões, escritórios, casas, segundas residências”, observou.
O especialista lembra ainda que a Flórida é uma das economias mais diversas do país.
“A Flórida é número 1 em negócios de propriedade de negros e número 2 em negócios de hispânicos e mulheres. Estamos falando de uma economia mais diversa, mais empreendedora e com um perfil muito parecido com os clientes que atendemos”, acrescentou.
Sobre o setor da construção, ele destaca três implicações principais.
“A primeira implicação é a demanda estrutural por habitação. Se o estado cresce em população, renda e empresas, a necessidade de novas casas, condomínios, prédios multifamiliares e empreendimentos de aluguel é contínua”, disse.
O mentor também explica que mesmo períodos de juros altos não freiam a base econômica da Flórida.
“Mesmo quando as taxas de juros estão mais altas, a base econômica aqui é tão forte que o ciclo não é de parada, e sim de reequilíbrio. Quem planejar bem terrenos, produtos e parcerias vai capturar esse movimento”, observou.
O segundo ponto destacado por ele é a infraestrutura.
“A Flórida está entre os líderes em investimento em infraestrutura e crescimento de talentos. Isso pede parques industriais, centros logísticos, estradas, portos e aeroportos ampliados. O construtor que pensa apenas em residencial perde metade do mapa”, explicou.
O executivo também aponta os reflexos sociais do crescimento econômico.
“Desde o lançamento do plano Florida 2030 Blueprint, já são mais de 155 mil crianças a menos vivendo na pobreza. Isso mostra que o crescimento não é só macroeconômico, mas também social”, afirmou.
Para ele, isso influencia diretamente o planejamento urbano.
“Para quem constrói bairros e comunidades, um ambiente com menos vulnerabilidade significa mercados mais saudáveis, menos volatilidade e maior sustentabilidade. Construção não é só obra; é desenvolvimento urbano e humano”, completou.
O mentor destaca ainda o papel do setor diante da meta da Flórida para 2030.
“Quando um estado mira ser uma das 10 maiores economias do mundo até 2030, o setor de construção passa a ter um papel estratégico: garantir que esse crescimento não se traduza apenas em alta de preços e falta de oferta, mas em projetos bem pensados”, afirmou.
Em relação ao crédito imobiliário, o especialista lembra que o financiamento se tornou uma ferramenta estratégica.
“Em um ambiente tão competitivo quanto o da Flórida, o crédito deixa de ser apenas um meio de pagamento e passa a ser uma ferramenta estratégica de vendas”, disse.
Ele explica que muitos compradores qualificados ficam de fora dos grandes bancos.
“Muitos estrangeiros ou autônomos têm renda, têm patrimônio, mas não se encaixam no padrão dos grandes bancos. Se o construtor não tiver parceiros especializados em Foreign National, DSCR e Bank Statement, ele perde negócios que poderiam estar sendo fechados hoje”, observou.
Por fim, o mentor reforça que a Flórida é hoje uma vitrine mundial.
“Quem está construindo aqui não está mais atuando em um mercado regional, e sim em uma vitrine global. Investidores da América Latina, da Europa e da Ásia olham para a Flórida como porta de entrada”, afirmou.
E conclui:
“Esses números do PIB e do Florida 2030 Blueprint não são apenas motivo de comemoração; são um chamado à profissionalização ainda maior do setor. É hora de pensar em portfólio, planejamento de longo prazo e parcerias sólidas, porque tudo indica que a Flórida ainda está no meio, e não no fim, do seu ciclo de expansão.”