Imobiliário, uma das palavras mais ouvidas nos últimos tempos

Quando o mercado imobiliário dava indícios de estar a entrar numa fase de estabilização no que diz respeito à procura de casa, na realidade e o que se tem vindo a verificar, é que estamos a entrar numa fase de reajustamento.

 

Tal como escrevi no meu artigo na bolsa de especialistas da revista Visão, não é por acaso que a palavra “imobiliário” tem sido a palavra mais ouvida nos últimos tempos com muitas pessoas a querer dar a sua opinião e visão sobre este mercado, comentadores de televisão, políticos, economistas, players de outras áreas, especialistas e até mesmo o público em geral dão a sua opinião sentados nos cafés de qualquer cidade portuguesa sobre o que é preciso para resolver os desafios deste mercado crucificando muitas vezes o investimento estrangeiro e lançando-os para a fogueira como os únicos culpados e raiz de todos os problemas.

Portugal tem estado no centro de atração de investimento, especialmente nas suas duas grandes cidades Lisboa e Porto, que em conjunto, servem de montra a exemplos de atração de capital que resultou em diversas iniciativas com a bandeira de várias nacionalidades que acreditaram na proposta de valor que Portugal oferecia, com destaque especial para os americanos, contudo, é preciso relembrar que a moda de investir em Portugal nasceu apenas há uma década com investimento angolano, passando pelo chinês, brasileiro e depois pela muito falada invasão francesa, sendo que hoje, são os norte-americanos que lideram na resposta à atratividade de investimento trazida pelo famoso Golden Visa e programas para estrangeiros não residentes, na minha opinião, os principais programas responsáveis por colocar Portugal na mira do círculo internacional de investimento imobiliário, e não só.

Ouve-se falar de imobiliário e fala-se também muito em ser Agente Imobiliário.

Pense bem, quem não tem um amigo ou uma amiga que é Agente Imobiliário, ou se preferir, Consultor Imobiliário?

Depois da explosão deste mercado na última década, parece que o estigma de ser “vendedor imobiliário” já passou, até porque na última década foram várias as pessoas que fizeram carreira na área de mediação no mercado imobiliário, e muitos, com resultados extraordinários para Agentes e também para Agências que viveram nestes últimos anos uma década dourada e de grande satisfação pela aposta ganha de investimento e desenvolvimento deste negócio ao ponto de evoluir de apenas redes para autênticos grupos empresariais.

Investir em imobiliário tem sido de facto uma tendência, e a reabilitação, passando pelo flipping, até ao alojamento local, são a prova de que a atratividade é grande seja para pequenos, médios ou grandes empreendedores que investem ou investiram recentemente no mercado imobiliário como um investimento aparentemente seguro e com ganhos aparentemente estáveis com tendência de crescimento garantido.

A banca também viveu uma década bastante interessante com o produto crédito à habitação, embora agora com o recente aumento da Euribor, possa vir a estar menos atrativa, ou melhor dizendo, menos acessível ao bolso da maioria dos portugueses que hoje possam estar a pensar em contrair crédito habitação: subida de taxas de juro, será que chegará aos 4% ou mesmo 5%? Taxa fixa ou variável? Renegociação ou mudança de crédito habitação? É possível mudar, e se sim, valerá a pena?

Até o próprio Estado representado pelo atual governo de maioria, decidiu trazer para a ordem do dia o imobiliário intervindo com medidas bruscas e fraturantes que aparentemente garantem o controlo do problema da procura e do aumento de preços do mercado imobiliário, sem se quer perceber muito bem se os danos colaterais não criarão um maior problema do que o atual e que pode pôr em risco esta moda de investir em imobiliário em Portugal desacelerando crescimento.

Eu não sou exceção, e por isso quis atrever-me a dar também a minha opinião sobre 3 medidas estruturantes que realmente acredito que podiam ajudar as pessoas que procuram solução para o seu problema imobiliário, seja para vender, comprar ou investir.

Não sei se concordam comigo, mas para que o mercado imobiliário continuar a estar na ordem do dia pelas melhores razões, o Estado, como representante dos interesses comuns das pessoas sejam estas particulares ou empresas, pode sem dúvida intervir de forma estruturante, mas acima de tudo eficaz.

Ainda vai a tempo de o fazer ponderando medidas sérias de longo prazo:

  • Um esforço de ação constituindo uma task force para análise dos imóveis que possui para criar planos de reabilitação e colocação de produto no mercado o mais rapidamente possível, preferencialmente, para o mercado do arredamento;
  • A extinção do IMT, imposto arcaico e desajustado a todos os níveis;
  • A reformulação do processo de licenciamento de forma sistematizada, igual para todas as autarquias para reduzir a complexidade e prazos de emissão de licenças.

Este tema vai continuar a ser discutido por muitos, mas nunca é demais e especialmente para quem está neste mercado, continuar a colocar o imobiliário na ordem do dia procurando soluções e caminhos que ajudem realmente as pessoas que procuram, investem e acreditam no potencial deste mercado.

 

Visão | Massimo Forte

Massimo Forte

A viver em Lisboa e a trabalhar em Portugal, Espanha e Itália, sou um Italiano apaixonado pelo imobiliário!

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