Itaim Bibi lidera o ranking do metro quadrado mais caro do Brasil e redefine o conceito de luxo

Com o metro quadrado nas alturas, o novo luxo paulistano é definido por design, tecnologia e propósito, e não apenas por preço

 

O conceito de luxo mudou, e São Paulo é o exemplo mais evidente dessa transformação. Empreendimentos que há poucos anos eram considerados de alto padrão já não se encaixam mais nesse perfil. O valor do metro quadrado em bairros como Jardins, Itaim Bibi e Vila Nova Conceição atingiu níveis inéditos e redefiniu o que significa morar com exclusividade na capital paulista.

Segundo dados do índice FipeZap divulgados em abril de 2025, o metro quadrado no Itaim Bibi já ultrapassa R$47 mil, seguido por R$44 mil na Vila Nova Conceição e R$41 mil nos Jardins. Mesmo bairros tradicionalmente valorizados, como Pinheiros e Moema, ficaram para trás, com valores médios entre R$28 mil e R$32 mil. Isso significa que apartamentos de 120 m² nessas áreas podem facilmente ultrapassar R$4 milhões, o que desloca o antigo conceito de alto padrão para uma faixa de preço antes reservada ao superluxo.

Mesmo com taxas de juros elevadas e crédito mais seletivo, o mercado de luxo paulistano permanece aquecido e representa uma fatia crescente dos lançamentos na cidade. Para os investidores e compradores desse segmento, o valor de mercado já não é o único critério de decisão. Design autoral, tecnologia integrada, sustentabilidade e experiência de moradia se tornaram determinantes.

Segundo Fabrizio Bevilacqua, CEO da Netcorp, o novo comprador de imóveis de alto padrão busca mais do que status. “O luxo deixou de ser medido apenas em metros quadrados e passou a ser definido por propósito. O cliente quer viver bem, com conforto, estética e funcionalidade, mas também com uma relação mais inteligente com a cidade.”

Bevilacqua observa que esse comportamento reflete um perfil mais globalizado e conectado, influenciado pelas grandes capitais europeias. “Em Roma ou Paris, o empresário bem-sucedido anda de metrô. Esse olhar muda a forma de enxergar o que é exclusividade. O luxo não está mais no isolamento, e sim na conveniência e no tempo que se ganha ao viver de forma prática.”

Entre as incorporadoras que acompanham essa tendência, a Netcorp tem traduzido essa visão de forma alinhada ao novo perfil do comprador de luxo. A empresa vem aplicando em São Paulo uma abordagem que combina estética contemporânea, tecnologia e soluções urbanas que aproximam o alto padrão da vida prática. O foco é oferecer empreendimentos que privilegiam bem-estar, funcionalidade e arquitetura assinada.

Bevilacqua acredita que o verdadeiro diferencial do mercado atual está na experiência. “O comprador quer se identificar com o espaço em que vive. Cada projeto precisa refletir um estilo de vida e contar uma história.”

Para o executivo, a personalização é o ponto que separa o luxo do excesso. “O alto padrão de hoje é feito sob medida. O que antes era um apartamento de luxo igual para todos agora se transforma em algo único, adaptado à rotina e à personalidade de cada cliente.”

Essa mudança acompanha um movimento global. Nos Estados Unidos, uma reportagem recente da Newsweek mostrou que imóveis de 1 milhão de dólares já não são considerados de luxo, refletindo uma reconfiguração mundial do que é exclusividade. O mesmo acontece em São Paulo, onde o preço e o endereço deixaram de ser suficientes. O novo comprador valoriza conforto, autenticidade e eficiência, e espera que o imóvel traduza sua forma de viver.

O luxo de 2025 é menos sobre aparência e mais sobre propósito. Como resume Fabrizio Bevilacqua, ” o alto padrão não é mais sobre ostentar, e sim sobre pertencer. O verdadeiro luxo é morar em um espaço que entende o seu tempo e traduz quem você é.”

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