O edifício como destino: por que as áreas de lazer de “nível resort” são a nova localização em 2026

Durante décadas, o mantra do mercado imobiliário foi “localização, localização e localização”. No litoral catarinense, isso significava estar na “quadra do mar”. No entanto, ao olharmos para o cenário de 2026, percebemos uma mudança de paradigma: a infraestrutura arquitetônica interna tornou-se tão ou mais importante que a coordenada geográfica do terreno.

Hoje, o comprador de alto padrão não busca apenas um apartamento; ele busca um ecossistema de conveniência. Como arquiteta, vejo que o projeto das áreas comuns deixou de ser um “anexo” para se tornar o coração da valorização do m².

 

A Evolução das Áreas Comuns: Do Essencial ao Extraordinário

Em cidades como Balneário Camboriú, Itapema e Itajaí, o metro quadrado é um dos mais caros do país. Para justificar esse ticket, a arquitetura precisa entregar o que chamamos de Lifestyle Real Estate.

Não se trata mais de ter apenas um salão de festas ou uma piscina. O foco agora é na especialização dos espaços:

1) Wellness 360º (A Saúde como Ativo)

O “fitness center” padrão foi substituído por verdadeiros centros de bem-estar. Projetamos espaços para ice baths (banhos de gelo), saunas secas e úmidas integradas, salas de massagem e áreas de yoga com biofilia aplicada

  • Impacto no Mercado: Imóveis com foco em Wellness têm uma percepção de valor 15% superior e atraem um público que preza pela longevidade e saúde mental.

2) Hubs de Produtividade (O Home Office 2.0)

Com a consolidação do trabalho híbrido, o “office” do prédio não pode ser uma sala isolada e escura. A arquitetura atual propõe coworkings de alto nível, com cabines acústicas para chamadas de vídeo e salas de reunião equipadas.

  • Impacto no Mercado: Isso estende a permanência do proprietário no litoral. O imóvel deixa de ser “de temporada” para ser uma residência funcional o ano inteiro, aumentando a liquidez.

3) Kids & Teens Club (Entretenimento Inteligente)

Esqueça os brinquedos de plástico genéricos. O design para crianças e adolescentes em 2026 foca em tecnologia e criatividade: arenas gamer, espaços de oficinas criativas e áreas de lazer ao ar livre que estimulam o movimento.

 

O Valor do Design na Gestão e na Venda

Como arquiteta, meu papel é garantir que esses espaços sejam não apenas bonitos, mas operáveis. Áreas comuns mal projetadas geram custos de manutenção altíssimos e taxas de condomínio proibitivas, o que afasta o investidor.

A arquitetura estratégica em 2026 foca em:

  • Eficiência Energética: Iluminação inteligente e climatização por zonas.
  • Fluxos Inteligentes: Evitar o cruzamento de áreas de serviço com áreas de lazer.
  • Materiais de Alta Performance: Como discutimos anteriormente, a baixa manutenção nas áreas comuns é o que mantém o valor do patrimônio vivo.

 

O Projeto como Argumento de Venda

Para o corretor e para o incorporador, vender um imóvel em 2026 é vender uma experiência de vida. Quando a arquitetura entrega um “Resort Residencial” impecável, o imóvel se torna imune às flutuações do mercado.

O cliente não está apenas comprando quatro paredes; ele está comprando o direito de viver em um hotel 5 estrelas todos os dias. E o design de qualidade é o que torna esse sonho um ativo financeiro sólido.

 

CONHEÇA MAIS SOBRE A AUTORA DESTE DE POST:

Bruna Copetti

Arquiteta e Urbanista, pós-graduada e Especialista em Estudos de Viabilidades para Reformas e Empreendimentos Imobiliários.

Sócia no escritório de arquitetura Kaus_Copetti, uma empresa especializada em serviços de arquitetura, com foco na aprovação de projetos, regularização de imóveis, house flipping e estudo de viabilidade para empreendimentos.

@arq.brunacopetti | @kaus_copetti

contato@kausecopetti.com.br

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