Durante décadas, o mantra do mercado imobiliário foi “localização, localização e localização”. No litoral catarinense, isso significava estar na “quadra do mar”. No entanto, ao olharmos para o cenário de 2026, percebemos uma mudança de paradigma: a infraestrutura arquitetônica interna tornou-se tão ou mais importante que a coordenada geográfica do terreno.
Hoje, o comprador de alto padrão não busca apenas um apartamento; ele busca um ecossistema de conveniência. Como arquiteta, vejo que o projeto das áreas comuns deixou de ser um “anexo” para se tornar o coração da valorização do m².
Em cidades como Balneário Camboriú, Itapema e Itajaí, o metro quadrado é um dos mais caros do país. Para justificar esse ticket, a arquitetura precisa entregar o que chamamos de Lifestyle Real Estate.
Não se trata mais de ter apenas um salão de festas ou uma piscina. O foco agora é na especialização dos espaços:
1) Wellness 360º (A Saúde como Ativo)
O “fitness center” padrão foi substituído por verdadeiros centros de bem-estar. Projetamos espaços para ice baths (banhos de gelo), saunas secas e úmidas integradas, salas de massagem e áreas de yoga com biofilia aplicada
2) Hubs de Produtividade (O Home Office 2.0)
Com a consolidação do trabalho híbrido, o “office” do prédio não pode ser uma sala isolada e escura. A arquitetura atual propõe coworkings de alto nível, com cabines acústicas para chamadas de vídeo e salas de reunião equipadas.
3) Kids & Teens Club (Entretenimento Inteligente)
Esqueça os brinquedos de plástico genéricos. O design para crianças e adolescentes em 2026 foca em tecnologia e criatividade: arenas gamer, espaços de oficinas criativas e áreas de lazer ao ar livre que estimulam o movimento.
Como arquiteta, meu papel é garantir que esses espaços sejam não apenas bonitos, mas operáveis. Áreas comuns mal projetadas geram custos de manutenção altíssimos e taxas de condomínio proibitivas, o que afasta o investidor.
A arquitetura estratégica em 2026 foca em:
Para o corretor e para o incorporador, vender um imóvel em 2026 é vender uma experiência de vida. Quando a arquitetura entrega um “Resort Residencial” impecável, o imóvel se torna imune às flutuações do mercado.
O cliente não está apenas comprando quatro paredes; ele está comprando o direito de viver em um hotel 5 estrelas todos os dias. E o design de qualidade é o que torna esse sonho um ativo financeiro sólido.

Arquiteta e Urbanista, pós-graduada e Especialista em Estudos de Viabilidades para Reformas e Empreendimentos Imobiliários.
Sócia no escritório de arquitetura Kaus_Copetti, uma empresa especializada em serviços de arquitetura, com foco na aprovação de projetos, regularização de imóveis, house flipping e estudo de viabilidade para empreendimentos.
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