Você já percebeu que o cliente tende a confiar mais em você depois de algumas conversas, ou que se sente mais à vontade ao visitar o segundo ou terceiro imóvel?
Isso não é coincidência. É o gatilho mental da familiaridade em ação — um dos mecanismos mais poderosos do cérebro humano para gerar confiança, conforto e decisão.
Na neurociência, chamamos de “efeito da mera exposição” o fenômeno em que quanto mais vezes o cérebro é exposto a algo, mais ele tende a gostar e confiar naquilo.
Esse é o princípio da familiaridade.
O cérebro humano foi programado para evitar riscos e valorizar o que é previsível.
Ou seja, o desconhecido ativa a amígdala cerebral, responsável pelo medo e pela defesa; já o familiar ativa o sistema de recompensa, trazendo sensação de segurança.
É por isso que um cliente que te vê várias vezes — nos stories, anúncios ou e-mails — passa a te reconhecer como referência, mesmo sem perceber conscientemente.
No mercado imobiliário, a familiaridade é um ativo emocional.
Quando o cliente encontra o corretor pela primeira vez, o cérebro dele ainda está em modo de proteção: ele observa, avalia, mede o tom de voz e o olhar.
Mas conforme esse contato se repete, as barreiras emocionais começam a cair.
Um corretor que mantém contato frequente, publica conteúdo com rosto e voz, responde de forma coerente e demonstra padrão de comportamento cria um vínculo neurológico de confiança.
A mente do cliente pensa:
“Já vi esse corretor antes. Ele parece confiável. Posso ouvir o que ele tem a dizer.”
1) Mostre o seu rosto com frequência
A repetição visual é essencial. Poste vídeos, mostre bastidores, fale do seu dia — o cérebro grava rostos antes de gravar nomes.
2) Comunique-se de forma consistente
Evite sumir por longos períodos. Um corretor presente no WhatsApp, nas redes e nas interações presenciais reforça o senso de segurança.
3) Mantenha uma identidade reconhecível
Use o mesmo padrão de cores, tom de voz e assinatura visual. Isso ajuda o cérebro do cliente a reconhecer seu estilo instantaneamente.
4) Crie um roteiro emocional nas visitas
Comece com perguntas simples e pessoais, reforce o nome do cliente, mostre empatia — tudo isso aumenta a percepção de proximidade.
O gatilho da familiaridade não se limita ao corretor — ele também atua no ambiente.
Um imóvel com cheiro agradável, boa iluminação e elementos acolhedores desperta sensações conhecidas, como a casa dos pais, o café favorito ou a lembrança de um momento feliz.
Essas associações ativam o sistema límbico, região do cérebro responsável pelas emoções e pela memória afetiva.
Quanto mais o ambiente “fala” com as lembranças do cliente, mais ele se sente em casa — e mais próximo da decisão de compra ele estará.
O gatilho mental da familiaridade é a ponte entre o racional e o emocional.
Antes de comprar, o cliente precisa sentir que já conhece você e o que você representa.
E essa sensação nasce da repetição, da coerência e da conexão humana.
O cérebro não confia no que é perfeito.
Ele confia no que é familiar.

Este conteúdo foi desenvolvido por Marcos Paulo, especialista em neurociência aplicada ao mercado imobiliário. Com mais de 11 anos de experiência no setor, Marcos é pós-graduado em Gestão Estratégica de Vendas pela USP, possui certificação internacional em Negociação de Alto Impacto pelo BBI of Chicago, é especialista em Análise Comportamental pelo IBC Coaching e tem formações em Neurociência e Comportamento pela FAAP e Neurociência do Consumo pela PUC. Ao longo de sua jornada, já acelerou mais de 80 imobiliárias e impactou diretamente mais de 2.700 corretores de imóveis por meio de treinamentos, mentorias e palestras voltadas à alta performance, tomada de decisão e atendimento humanizado. É o criador da Neurocorretor Academy, a primeira escola de neurovendas imobiliárias do Brasil, e desenvolvedor da metodologia exclusiva F.I.R.E.®, que une ciência, estratégia e empatia para transformar o modo como corretores se comunicam, influenciam e vendem.