No mercado imobiliário, muito se fala sobre conquistar leads e encantar compradores. Mas existe um elo essencial, muitas vezes negligenciado, que pode mudar completamente o jogo de um corretor: o relacionamento com o proprietário.
E quando olhamos para esse tema sob a lente da neurociência, percebemos que não se trata apenas de gentileza ou educação — mas de uma estratégia poderosa de influência, confiança e conexão emocional.
De acordo com estudos da neurociência social, nosso cérebro ativa áreas de segurança e confiança quando sente familiaridade, acolhimento e validação. Quando o proprietário percebe que o corretor se interessa de verdade pelo imóvel, pela história da casa, pelas conquistas e pelos detalhes que foram construídos ao longo do tempo, ele libera neurotransmissores como a oxitocina — hormônio da confiança e da empatia.
Ou seja, um corretor que ouve, entende e se conecta com o proprietário não só cria um vínculo mais forte, como também recebe mais abertura para negociar preço, condições e até exclusividade.
Imóveis não são só paredes, metragem e vaga de garagem. Eles carregam emoções, memórias, conquistas e até traumas.
Quando o corretor dedica tempo para conhecer a fundo o imóvel, entender por que o quarto foi reformado, o que motivou a troca de piso, como a luz entra pela manhã na varanda… ele se prepara para algo que pouquíssimos fazem: contar a história do imóvel como quem viveu ali.
E o cérebro do comprador ama histórias.
Segundo a neurociência cognitiva, quando ouvimos uma boa narrativa, ativamos áreas do cérebro ligadas à experiência real. Ou seja, ao invés de ouvir uma ficha técnica, o comprador começa a sentir o imóvel como parte de sua própria história futura.
Corretores despreparados costumam ver o proprietário como alguém difícil, que “pede demais”, “não escuta” ou “valoriza demais o imóvel”. Mas a neurociência nos ensina que as emoções influenciam diretamente nossas decisões.
O apego, o medo de perder valor, a insegurança sobre o futuro — tudo isso faz parte do cenário emocional do proprietário.
Por isso, um corretor que se posiciona como aliado, que acolhe essas emoções e mostra caminhos lógicos e respeitosos para uma boa negociação, tem muito mais chances de fechar — e de ser indicado depois.
Ao conhecer o imóvel a fundo, o corretor tem muito mais recursos sensoriais e emocionais para envolver o comprador. Ele deixa de ser um mero “abridor de portas” e passa a ser um narrador da experiência de morar ali.
Um bom corretor, preparado e conectado com o imóvel, pode fazer o cliente imaginar o café da manhã na sacada, o pôr do sol na janela do quarto, os filhos brincando no quintal. Isso ativa o sistema límbico do cérebro — responsável pelas emoções e por grande parte das decisões de compra.
E quando isso acontece, o fechamento é só uma consequência.
Relacionar-se com o proprietário é mais do que estratégia — é inteligência emocional aplicada.
Conhecer o imóvel a fundo permite apresentar com autenticidade e impacto emocional.
Usar a neurociência na venda é entender como o cérebro decide: por emoção, e não por lógica.
Você não vende imóveis. Você vende experiências, pertencimento e sonhos concretos.
Este conteúdo foi desenvolvido por Marcos Paulo, especialista em neurociência aplicada ao mercado imobiliário. Com mais de 11 anos de experiência no setor, Marcos é pós-graduado em Gestão Estratégica de Vendas pela USP, possui certificação internacional em Negociação de Alto Impacto pelo BBI of Chicago, é especialista em Análise Comportamental pelo IBC Coaching e tem formações em Neurociência e Comportamento pela FAAP e Neurociência do Consumo pela PUC. Ao longo de sua jornada, já acelerou mais de 80 imobiliárias e impactou diretamente mais de 2.700 corretores de imóveis por meio de treinamentos, mentorias e palestras voltadas à alta performance, tomada de decisão e atendimento humanizado. É o criador da Neurocorretor Academy, a primeira escola de neurovendas imobiliárias do Brasil, e desenvolvedor da metodologia exclusiva F.I.R.E.®, que une ciência, estratégia e empatia para transformar o modo como corretores se comunicam, influenciam e vendem.