Ao longo dos anos as mulheres enfrentaram diversos preconceitos taxativos de profissões, tais como funções ligadas à construção civil, erroneamente taxada como uma profissão masculina, mas afinal, o que define uma função feminina ou masculina?
No mercado imobiliário, por Lei, até o ano de 1958, somente os homens podiam trabalhar como corretores de imóveis, ano em que esse artigo foi alterado pelo Tribunal de Justiça, permitindo o ingresso das mulheres nesta profissão. No entanto, somente nos anos 90 é que participação feminina no setor passou a ser maior, o que não significa que as dificuldades no setor passaram a ser menores, pelo contrário, ainda que as mulheres conquistaram tanto ao longo dos anos, ainda há uma luta discreta e calada no dia a dia de cada uma de nós, e eu sei bem.
Uma pesquisa realizada pelo COFECI (Conselho Federal de Corretores de Imóveis) mostrava que nos últimos 10 anos, o número de mulheres no mercado imobiliário tinha crescido 144%.
A pesquisa ”O lado feminino do mercado imobiliário” mostra que 61% das mulheres desse mercado afirmam que já passaram por uma situação constrangedoras no ambiente de trabalho. Entre elas, 40% já viveram uma situação de assédio sexual, 28% de assédio moral, 25% da sofreram bullying e 21% teve que lidar com o machismo. Às vezes, a mesma mulher já enfrentou mais de uma dessas situações no seu ambiente de trabalho.
É inegável que a mulher se destaca neste mercado, tanto que, é notável nos dias atuais e do crescimento e avanço do mercado imobiliário, deparar-se com mulheres sendo premiadas todos os meses por recordes em vendas. Além do lado de técnicas de venda, a resiliência e paciência das mulheres torna-se um diferencial na profissão, além de que, o nosso senso de empatia ajuda a entender a necessidade do cliente de forma positiva para a negociação.
Apesar do preconceito, que ainda teima em aparecer, as mulheres vêm mostrando que o espaço conquistado no mercado imobiliário é mais do que merecido. A Federação Nacional de Corretores de Imóveis (Fenaci) estima que o sexo feminino ocupe, hoje, mais de 40% das vagas dessa profissão.
Além da profissão possuir princípios de empreendedorismo, ela possibilita às mulheres uma organização diária da agenda, adequando a possibilidade de todos os outros compromissos, tais como até mesmo ser mãe, por isso é comum vermos diversas mães que se dedicaram um tempo aos filhos retornarem no mercado buscando pela profissão de corretor de imóveis.
O fato de a profissão estar ligada à negociação, marketing, inovação, criatividade e comunicação faz total sentido para as mulheres, pois temos em nosso sangue a facilidade em desempenhar diversas atividades ao mesmo tempo, o que torna-se destaque no mercado imobiliário.
Além de tantas outras profissões em que mulheres ganharam destaque e demonstram a excelência do poder feminino, os hábitos empreendedores também estão no DNA feminino, e esse avanço é positivo para quem trabalha e tem seu espaço como profissional e também para quem adquire um imóvel, e tem a possibilidade de contar com perfis diferentes de especialistas que torna o mercado imobiliário cada vez mais diversificado, inovador e em constante evolução.