Muito se discute a respeito do que cobrar em avaliações. As tabelas de conselhos de classe não estão mais obrigadas desde 1.988, quando a Constituição Federal consagrou a livre iniciativa. Significa que combinar qualquer preço caracteriza este ato o CARTEL.
Logo, seria o mesmo que os postos de combustíveis combinando preço. Não pode em razão deste comando constitucional. Então para que serve as tabelas de honorários? Alguns dizem que é um referencial, o que pode ser aceito tranquilamente mas não obrigam o profissional a praticá-las. Diferentemente do período anterior a Constituição de 1.988 em que os Conselhos de classe puniam o profissional que não praticasse a tabela. Lembro bem do Conselho de Contabilidade que fazia isso. Mandava a sua fiscalização ver o quanto o profissional estava cobrando. Ainda hoje tem um resquício ainda desta época. Parece um “mantra” o percentual da corretagem, se bem que sabemos que as Incorporadoras não oferecem a comissão cheia prevista nas tabelas para a corretagem de seus empreendimentos. A referência é importante, mas acho que o mais importante é a satisfação do profissional uma satisfação justa, não ganhar tanto e também não ganhar tão pouco, que possa parecer que trabalhou de graça. O que se nota é que por exemplo, a vinculação com o valor do bem sempre é danosa. Pergunto. O trabalho de vender um apartamento de 300 mil é o mesmo de um de 400 mil? Qual a diferença do trabalho? Parece que é o valor apenas. Será que estou equivocado? Assim é nas avaliações. O que cobrar? Esta é a dúvida que martela a cabeça do avaliador. Pois bem, desde os primórdios da avaliação esta pergunta é cruel.
Nos meus cursos oriento meus alunos para cobrar hora técnica. Para isso tem que saber utilizar a hora técnica. Ela pode variar na quantidade dependendo aonde você vai. Pois a hora começa a contar a partir da sua saída em direção a diligência, como é uma vistoria, por exemplo. E todo o tempo que você gasta pesquisando, digitando, montando o seu parecer e seu relatório fotográfico e apresentando o seu trabalho. Mas aqui também temos que ser justos. Por exemplo vou de avião ou vou de carro? Claro de carro vou demorar mais. Ai não dá. Por experiência costumo dizer que o tempo mínimo que se gasta é de 20 horas para qualquer parecer por mais singelo que possa ser. Agora o valor da hora, depende do local. Já vi um movimento no sentido de fixar a hora técnica do avaliador em R$300,00, claro que ai a contagem de hora será feita como? Um mínimo de horas? 10 horas? Coisa de parecer mínimo R$3.000,00. Hora tem localidades que não comporta a prática deste valor. Por isso sugiro sempre que o profissional é que sabe quanto vale o trabalho dele. Vai ter algum que sentirá o prejuízo, puxa cobrei de menos, em compensação pode ter outro que a sua consciência dirá cobrou de mais, assim como tem aqueles que você terá a sensação de que foi justo. Ai vai depender da prática e da sua evolução para chegar ao patamar da justiça.