Carcará, pega, mata e come; carcará, não vai morrer de fome; carcará, mais coragem do que homem; carcará, pega, mata e come! Este é o refrão de “Carcará”, música autoral de João do Vale, compositor maranhense, em parceria com José Cândido, alagoano. Trata-se de protesto musical contra o regime militar instaurado no país desde 1964 a 1985. Inicialmente interpretada por Nara Leão, no Show “Opinião”, no Rio de Janeiro, Carcará tornou-se grande sucesso na voz melodiosa da então jovem e desconhecida cantora Maria Bethânia.
O nome científico da “águia do sertão” é Caracará planctos, uma ave de rapina comum no Brasil, incidente no sertão nordestino. Pertence à família Falconidae, dos falcões. Sua fama de predadora que pega, mata e come vem do hábito de matar e comer burregos recém-nascidos (que ainda não podem andar) no sertão. Por isso é considerada uma ave má. Por outro lado, é muito útil. Suas “vítimas” são, principalmente, carniças podres. Pois bem! Carcará foi a pecha a mim atribuída pelos companheiros do candidato opositor à Presidência do Cofeci.
Quando soube, senti-me orgulhoso. É o reconhecimento de que sou predador do que não presta, só do que não presta! Um dos companheiros, por descuido, deixou vazar mensagem de WhatsApp a mim enviada por engano. O que me entristece é que eu tinha especial apreço pelo tal “companheiro”, por sua maneira sempre gentil e cordial de se apresentar “com alegria”. Mas era só túmulo caiado: lindo por fora, só por fora! Ah, a campanha pela Presidência do Cofeci! Pois é! O adversário resgatou das trevas um ex-tudo do Sistema Cofeci-Creci.
O ex-tudo chegou a ser presidente de Creci, conselheiro federal e assessor no Cofeci, até que descobri como ele agia. Foi expurgado do Sistema há cerca de seis anos. Então, passou a me odiar e, segundo o próprio, durante seis anos planejou sua vingança. A eleição à Presidência do Cofeci era a sua grande chance! Em conluio com meu opositor, planejou como me derrotar. Meu adversário lançou-se à Presidência com uma carta aberta com uma série de críticas à minha gestão, em especial às minhas sucessivas reeleições sempre por aclamação.
O conluio deu-se mediante promessa de benefícios no Cofeci para o fora-da-lei. Ele teria de destruir minha imagem junto aos Conselheiros Federais. Para isso, gravou um vídeo no qual lançou severas dúvidas sobre a minha honra, prometendo que outros vídeos viriam com provas do meu “desvio de caráter”. No segundo vídeo, ele vociferou que, no dia da eleição, um dossiê seria entregue aos Conselheiros. Porém, em um surto de ansiedade, em chamadas de WhatsApp, por duas vezes, tentou me extorquir dinheiro “para nada dizer contra mim”.
Felizmente, as duas tentativas foram gravadas e mostradas em reunião geral antes da eleição. Isso desmascarou completamente o caráter fora-da-lei dele e de seu parceiro candidato. Eu até poderia, em circunstâncias normais, abdicar da candidatura. Entretanto minha honra não tem preço. Concorri e ganhamos por 43x5 votos. O incompreensível é que, mesmo sob provas irrefutáveis da canalhice, além dos dois votos da base, o que é normal, o opositor teve outros três votos e um em branco. Quem foi que votou nele? Estariam também no conluio?