A sociedade brasileira se encontra em um ponto de inflexão demográfica. Enquanto os jovens se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) – porta de entrada para o futuro –, uma parcela crescente da população navega os desafios e as oportunidades da terceira idade. Um tema profundamente atual e intergeracional para a redação do ENEM 2025 seria: “Os desafios para a construção de comunidades de apoio ao envelhecimento no Brasil do século XXI”. E é no universo condominial, espaço onde a vida privada e a vida comunitária se entrelaçam, que esse tema ganha contornos dramáticos e urgentes.
O Brasil não está apenas envelhecendo; está envelhecendo rápido. A queda brusca da fecundidade e o aumento da longevidade criam um novo panorama social, onde os idosos serão, em breve, a base da pirâmide etária. Esse fenômeno, que deveria ser celebrado, torna- se um desafio social quando as estruturas não se adaptam. Muitos desses idosos residem em condomínios, que foram concebidos para famílias jovens e se veem agora despreparados para atender a demandas específicas de acessibilidade, saúde e convívio.
É neste contexto que a figura do síndico e a saúde financeira do condomínio deixam de ser uma questão meramente administrativa e passam a ser uma questão de saúde pública e bem- estar social.
A grande maioria dos condomínios brasileiros sobrevive com a arrecadação das taxas mensais, um modelo frágil e sujeito a inadimplências. Para uma comunidade que envelhece, essa fragilidade é inaceitável. Idosos dependem de serviços contínuos: elevadores em perfeito funcionamento, iluminação adequada para evitar quedas, segurança reforçada e áreas comuns bem cuidadas que estimulem a socialização.
Um condomínio com receita garantida além das cotas condominiais – proveniente de aluguel de espaços (salão de festas, quadra), antenas de telefonia, energia solar ou parcerias comerciais – é um condomínio que oferece estabilidade. Essa estabilidade financeira permite:
Sem essa receita extra, o condomínio fica refém da inadimplência e vê sua infraestrutura degradar, penalizando justamente aqueles que mais precisam de um ambiente seguro e funcional: os idosos.
Administrar um condomínio na era do envelhecimento populacional vai muito além de calcular despesas e aprovar orçamentos. Exige uma mudança de paradigma: da gestão de coisas para o cuidado com pessoas. O síndico e a administradora precisam estar preparados para:
Um condomínio bem administrado por pessoas preparadas e empáticas transforma-se em uma rede de apoio informal, complementar à família, que garante qualidade de vida e dignidade aos seus moradores idosos.
O tema do envelhecimento, associado ao mundo condominial, é um prisma poderoso para analisar a capacidade da sociedade brasileira de se planejar para o futuro. Para o jovem que redigirá sua dissertação no ENEM 2025, refletir sobre isso é exercitar a cidadania e enxergar além dos muros da escola.
É imperativo que síndicos, administradoras, urbanistas e o poder público percebam que os condomínios são peças-chave na política de envelhecimento ativo. A busca por receitas extras estáveis e a qualificação da gestão para o cuidado humano não são mais um diferencial, mas uma necessidade iminente. Construir condomínios que acolham a vida em todas as suas fases é garantir que a conquista de viver mais venha acompanhada da dignidade de viver bem. O futuro do Brasil, mais idoso e mais consciente, agradece.

Advogada, inscrita na OAB/CE sob o número 10.570, com experiência em Direito Previdenciário, com ampla atuação e conquistas no âmbito de aposentadorias especiais e benefícios de segurados especiais, e atuação no terceiro setor. Ampla atuação também no Direito Imobiliário, assessorando imobiliárias e corretores, na esfera administrativa e judicial.
Graduação em Direito pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR, ano de 1995.
Pós-graduação em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR, ano de 2022.
Pós Graduanda em Direito Imobiliário pela UNIFAMETRO – Centro Universitario Fametro, 2024 e 2025.
Curso de Tecnico em Transações Imobiliárias – TTI – 2024 – 1 – EBET.
Ampla habilidade para lidar com pessoas.
Lista de habilidades técnicas e interpessoais relevantes para a vaga
Elaborei e apresentei peças processuais em diversas instâncias.
Conduzi negociações e medições extrajudiciais.
Obtive sucesso em diversos processos, resultando em indenizações para clientes.
Habilidades e Competências: Redação de peças processuais,. conhecimento em legislação civil, negociação e mediação, sustentação oral, Inglês avançado