O setor imobiliário, tradicionalmente visto como um motor de crescimento econômico, está cada vez mais sendo reconhecido por seu potencial de gerar impacto social positivo. Longe de ser uma dicotomia, a união entre rentabilidade e propósito emerge como um novo paradigma, onde empreendimentos não apenas geram valor financeiro, mas também contribuem significativamente para o desenvolvimento social e a construção de um legado duradouro. Este artigo explora como o setor imobiliário pode atuar como um agente de mudança social, sem abdicar do crescimento econômico, através da integração de práticas sustentáveis, investimentos de impacto e a valorização do legado.
A ideia de que o lucro e o impacto social são mutuamente exclusivos está sendo desafiada por uma nova geração de empreendedores e investidores no setor imobiliário. A crescente conscientização sobre questões sociais e ambientais, aliada à demanda por soluções mais sustentáveis e inclusivas, tem impulsionado a adoção de modelos de negócio que integram o propósito social à estratégia central. O conceito de ESG (Environmental, Social, and Governance) tornou-se um pilar fundamental nesse movimento, orientando as empresas a considerar não apenas os retornos financeiros, mas também o impacto de suas operações no meio ambiente, na sociedade e em sua própria governança.
No setor imobiliário, a implementação de práticas ESG se traduz em uma série de iniciativas que vão desde a eficiência energética e o uso de materiais sustentáveis na construção (Environmental) até a promoção de habitação acessível, o desenvolvimento comunitário e a inclusão social (Social). A governança (Governance) garante a transparência, a ética e a responsabilidade nas operações. Empreendimentos que adotam esses critérios não apenas mitigam riscos e atraem investidores que buscam alinhamento com seus valores, mas também geram valor a longo prazo, por meio da valorização dos ativos, da redução de custos operacionais e da construção de uma reputação positiva.
O investimento de impacto no setor imobiliário representa uma abordagem estratégica para alocar capital em projetos que visam gerar benefícios sociais e ambientais mensuráveis, além do retorno financeiro. Diferente da filantropia, o investimento de impacto busca a sustentabilidade financeira, provando que é possível fazer o bem e, ao mesmo tempo, obter lucros. Essa modalidade de investimento tem ganhado força, especialmente em áreas como habitação social, revitalização urbana e desenvolvimento de infraestrutura comunitária.
A habitação social é um dos campos mais promissores para o investimento de impacto no setor imobiliário. A escassez de moradias acessíveis em muitas cidades ao redor do mundo representa um desafio social significativo. Projetos que abordam essa questão, oferecendo soluções de moradia dignas e a preços justos, não apenas melhoram a qualidade de vida das famílias, mas também contribuem para a redução das desigualdades sociais e o desenvolvimento econômico local. A busca por recursos no mercado financeiro para o financiamento de soluções habitacionais de interesse social demonstra a viabilidade e o potencial de crescimento desse segmento.
O conceito de legado no setor imobiliário transcende a construção física de edifícios. Ele se refere à capacidade de um empreendimento de deixar uma marca positiva e duradoura nas cidades e na vida das pessoas. Construir um legado significa ir além do retorno financeiro imediato, focando na criação de valor humano, no fomento de vínculos afetivos e na contribuição para o crescimento econômico e social das comunidades. Empresas que adotam essa visão não apenas constroem imóveis, mas também constroem comunidades e futuros mais equitativos.
O desenvolvimento urbano sustentável é um componente crucial na construção de um legado. Projetos que integram planejamento urbano, infraestrutura verde, espaços públicos de qualidade e acesso a serviços essenciais contribuem para a criação de cidades mais resilientes, inclusivas e habitáveis. A valorização do patrimônio cultural, a promoção da diversidade e a criação de oportunidades econômicas para os moradores locais são elementos que enriquecem o legado de um empreendimento imobiliário.
Para ilustrar a união entre rentabilidade, propósito e legado, analisamos dois exemplos notáveis no cenário brasileiro:
Projeto SOMA: Moradia Acessível e Inovação Financeira O Projeto SOMA, uma iniciativa conjunta do Grupo Gaia, Din4mo e MagikJC, com o apoio de grandes investidores como Gerdau e Votorantim Cimentos, é um exemplo paradigmático de investimento de impacto no setor imobiliário. O projeto visa oferecer locação acessível no Centro de São Paulo para mais de 100 famílias, abordando diretamente o déficit habitacional e promovendo a inclusão social. O SOMA demonstra que é possível gerar retorno financeiro para os investidores ao mesmo tempo em que se cria um impacto social mensurável. Ele atua como um laboratório de inovação, explorando novas formas de gestão social ativa de imóveis e de captação de recursos no mercado de capitais de impacto.
Vivapark Porto Belo: Sustentabilidade e Qualidade de Vida em Grande Escala O Vivapark Porto Belo, em Santa Catarina, é um marco no desenvolvimento urbano sustentável no Brasil. Considerado o primeiro bairro-parque do país, o empreendimento integra urbanismo moderno, preservação ambiental e soluções sustentáveis em larga escala. Embora os detalhes financeiros específicos não sejam amplamente divulgados, o investimento de bilhões de reais e a criação de uma cidade inteligente com infraestrutura completa (escolas, universidades, hospitais) indicam um modelo de negócio robusto e rentável. O Vivapark Porto Belo exemplifica como a sustentabilidade pode ser um diferencial competitivo, atraindo investimentos e promovendo um legado de qualidade de vida e desenvolvimento urbano planejado. O reconhecimento internacional do projeto reforça seu sucesso na integração de práticas inovadoras e sustentáveis.
O setor imobiliário está em um ponto de inflexão, onde a busca por rentabilidade se alinha cada vez mais com o propósito social e a construção de um legado duradouro. A integração de práticas ESG, o fomento ao investimento de impacto e a valorização do desenvolvimento urbano sustentável são caminhos que permitem ao setor ir além da construção de edifícios, transformando-se em um agente poderoso de mudança social. Os exemplos do Projeto SOMA e do Vivapark Porto Belo demonstram que essa visão não é apenas idealista, mas economicamente viável e cada vez mais necessária. Ao abraçar essa nova perspectiva, o setor imobiliário não só garante seu crescimento econômico, mas também contribui ativamente para a construção de cidades mais justas, inclusivas e sustentáveis para as futuras gerações.
Advogada, inscrita na OAB/CE sob o número 10.570, com experiência em Direito Previdenciário, com ampla atuação e conquistas no âmbito de aposentadorias especiais e benefícios de segurados especiais, e atuação no terceiro setor. Ampla atuação também no Direito Imobiliário, assessorando imobiliárias e corretores, na esfera administrativa e judicial.
Graduação em Direito pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR, ano de 1995.
Pós-graduação em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR, ano de 2022.
Pós Graduanda em Direito Imobiliário pela UNIFAMETRO – Centro Universitario Fametro, 2024 e 2025.
Curso de Tecnico em Transações Imobiliárias – TTI – 2024 – 1 – EBET.
Ampla habilidade para lidar com pessoas.
Lista de habilidades técnicas e interpessoais relevantes para a vaga
Elaborei e apresentei peças processuais em diversas instâncias.
Conduzi negociações e medições extrajudiciais.
Obtive sucesso em diversos processos, resultando em indenizações para clientes.
Habilidades e Competências: Redação de peças processuais,. conhecimento em legislação civil, negociação e mediação, sustentação oral, Inglês avançado