Páscoa, uma celebração de esperança e renovação

Entender o significado da Páscoa no tempo, no espaço e no sentimento popular passa por conceitos de geografia e astronomia. Vamos lá! Eclíptica é um círculo invisível na esfera celeste no qual o Sol parece se mover ao longo de um ano. Na verdade, é o caminho que a Terra percorre ao redor do Sol (órbita terrestre) que causa a mudança no aparente, mas inexistente, movimento do Sol. Equador é o círculo máximo (imaginário) do globo terrestre, que o divide em dois hemisférios: o setentrional (norte ou boreal) e o meridional (sul ou austral).

O Equador, cujo plano é perpendicular ao eixo da terra, é também conhecido como linha equinocial. Equinócio é cada uma das duas intersecções (encontros) do círculo Eclíptico com o círculo do Equador. O Equinócio é um fenômeno astronômico. Ocorre quando os raios solares incidem diretamente sobre linha do Equador, duas vezes por ano, em geral, nos dias 20 de março (de outono) e 23 de setembro (de primavera). A Páscoa cristã é celebrada no domingo seguinte ao da primeira lua cheia, após o Equinócio da primavera no hemisfério norte.

Como se vê, a compreensão da Páscoa transcende a da data do calendário religioso. Todavia, para os cristãos, a Páscoa representa a culminação da fé, a vitória da vida sobre a morte, com a ressurreição de Cristo e a promessa da redenção (resgate da alma pelo sacrifício de Jesus). Trata-se de uma das mais importantes comemorações cristãs. Entretanto, mesmo dentro do cristianismo, há diferentes formas de celebração da Páscoa. Os católicos são concitados a não consumir carne durante todo o período da quaresma e da Semana Santa.

Quaresma são os quarenta dias que antecedem os dias da Semana Santa. A restrição ao consumo de carne é uma referência aos 40 dias que Jesus passou no deserto, jejuando e resistindo às tentações do diabo. Os protestantes, no entanto, ignoram a recomendação de não comer carne e consideram a Sexta-Feira e o Domingo de Páscoa os dias mais importantes da quaresma. O Domingo de Ramos lembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, quando o povo cobriu as ruas com folhas de palmeira, e com elas acenavam, a fim de recebê-Lo como Rei.

A Sexta-Feira Santa é um dia de tristeza. Foi justamente nela que ocorreu a morte de Jesus na Cruz. Contudo, no Domingo de Páscoa, Jesus ressuscitou, e a alegria voltou, com o primeiro aparecimento do Mestre aos seus discípulos. A comemoração da Páscoa, todavia, começou muito antes do cristianismo. Desde o século VI a.C., a fim de rememorar a libertação do povo hebreu da escravidão egípcia, os judeus comemoram a Páscoa no dia 14 de nissan (ou nisâ), o primeiro mês do calendário judaico e o sétimo do calendário civil.

A menção bíblica mais antiga da Páscoa está em Êxodo, 12:21-28. Ela diz que, depois da morte dos primogênitos egípcios, os hebreus foram libertados da escravidão. A instituição católica da Páscoa, na primeira lua cheia após o Equinócio da primavera no hemisfério norte, aconteceu no Concílio de Nicéia, 325 d.C. A data nos induz à reflexão sobre a morte e ressurreição de Jesus, e sua mensagem de amor, esperança e redenção. Verdadeiro convite a um encontro pessoal com Deus. Para muitos, o único caminho para um mundo melhor. Feliz Páscoa!

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